A corrupção em Angola tem histórias e protagonistas: Joaquim Sebastião por pouco seria ministro da Construção”



No governo do ex-Presidente José Eduardo dos Santos, não havia nomeações que não fosse com base ao “amiguismo”. O antigo director do Instituto Nacional de Estradas de Angola (INEA), Joaquim Sebastião, por pouco seria ministro da Construção, em substituição do então titular da pasta Waldemar Pires.


O facto teria sido concretizado por intermédio de José Filomeno dos Santo “Zenu”, que manifestava junto do pai Presidente JES, o desejo de ver o amigo nomeado ao referido ministério.




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O antigo director do INEA possui, até agora, laços fortes de amizade com os filhos de José Eduardo dos Santos, não sendo para menos que chegou a substituir Tchizé dos Santos na presidência do Benfica de Luanda, em detrimento do então aspirante candidato, Luís Neves, que era vice-presidente para a Administração e Finanças do clube.


Consta que depois de ter sido apeado da direcção do INEA, Joaquim Sebastião passou a dedicar-se aos seus negócios privados, ao mesmo tempo que fazia corredores para entrar no Governo.


A sua saída do INEA foi acompanhada com fortes acusações sobre alegados desvios de fundos e de ter supostamente, destruído pistas sobre a origem da sua fortuna, avaliado em milhões de dólares.


Chegou-se a divulgar informações nas redes sociais e não só, dando conta, de que Joaquim Sebastião fazia parte de um “draft” – memorando restrito, qualificado, sobre tema da transparência no regime do MPLA – como única individualidade angolana com activos perto da casa de 1 bilhão de dólares, que não estava ligado ao gabinete presidencial e que não era do convívio do ex-PR.


Comenta-se que o mesmo acumulou riqueza ao tempo que esteve ligado ao INEA. Lhe é atribuído um vasto património em Angola e no estrangeiro, acrescido a participações em multinacionais. Tem interesse em Espanha, incluindo uma frota de seis aeronaves privadas neste país europeu.


Em Abril de 2012, a revista portuguesa Sábado, o teria citado como uma das figuras vigiadas, ao lado de Aldemiro Vaz da Conceição e José Mena Abrantes, ambos antigos funcionários do gabinete Presidencial que teriam feito transferências de capitais suspeitos.


Em Angola Joaquim Sebastião é citado como tendo participações no banco BNI por intermédio de uma construtora estrangeira ao qual o mesmo tem interesses em Angola. A construção de sua residência no bairro Talatona, em Luanda, até aqui é considerada, como a mais cara, que terá custado mais de 5 milhões de dólares.


Joaquim Sebastião foi detido pela PGR em Fevereiro de 2019, acusado de peculato e branqueamento de capitais, mas viria a ser posto em liberdade em Junho do mesmo ano, alegadamente por ter expirado o seu tempo de prisão preventiva. Até hoje o mesmo se encontra em liberdade supostamente sobe termo de identidade de residência.




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