Suspeito que os generais do 'outro lado' -- isto é, os provenientes das antigas forças militares da UNITA -- não padecem de stress pós-traumático. Pelo menos até onde vai o meu conhecimento, jamais vi um só deles em exercícios e comportamentos semelhantes ao que assistimos no vídeo que tem vindo a fazer furores por estes dias, suscitando as mais acerbas críticas.
Sim, postos nas FAA, os generais provenientes da UNITA passaram a cumprir simplesmente o seu papel no interior da classe castrense (e da própria sociedade em geral) com dignidade assinalável e sem a arrogância e empáfia típicas dos oficiais que vieram das extintas FAPLA.
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Melhor, o que muitos dos generais das antigas forças militares da UNITA fizeram (e têm feito), mal vestiram o camuflado nacional, foi não entrar em ociosidade com o final da guerra. Pelo contrário. Procuraram aumentar o seu nível intelectual e académico, fazendo muitos deles licenciaturas em cursos fora da instituição castrense.
Por essa razão é que a certa altura os antigos cabos de guerra de Savimbi nas FAA passaram a dispor de vantagem competitiva quando proporcionalmente comparados com os seus pares das ex-FAPLA, estando assim em melhores condições de disputar cargos de relevo nas Forças Armadas.
Não foi casual ou fortuito, nem algo determinado somente pelo papel estratégico que jogou para cercar e aniquilar militarmente Jonas Savimbi, a projecção que o general Geraldo Sachipengo ganhou e que o levou ao cargo de chefe do Estado-Maior General das FAA. E este é só um exemplo.
Na verdade, os generais do 'outro lado' são 'temidos' mais pelas valências que possuem do que por eventuais estragos que possam causar no convívio com os seus concidadãos, em resultado de quaisquer sequelas e traumas da guerra.
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