O TERMÓMETRO DO MPLA- FERNANDO PACHECO



" Onde se situam as práticas usuais do MPLA e do seu governo e de outras instituições do Estado angolano? Lembro que nos últimos anos do consulado do ex-Presidente José Eduardo dos Santos se fez muita propaganda em redor de diálogos com a juventude  e sobre a mulher rural, que resultaram em nada pois não passaram de monólogos dado que os interlocutores pensavam, ou expressavam, as mesmas ideias. Lembro também que os Conselhos Municipais e Provinciais de Auscultação e Concertação Social instituídos há cerca de 15 anos abandonaram a componente de concertação porque 'não funcionava', isto é, porque havia vozes incómodas que foram sendo eliminadas. Então, o MPLA ou não quer verdadeiramente dialogar, usando mimetismos, ou seja, disfarces, para fazer crer o contraditório,  ou não sabe dialogar. Num caso ou noutro, tem de mudar de práticas com a maior urgência. 


E a mudança tem de começar pela comunicação social pública que o Partido domina, onde não há contraditório e quando este surge é logo eliminado como acontece com certos comentadores e comentadoras que desaparecem quando se mostram incómodos,  dando lugar a 'yes men' e "yes women', ou bajuladores,  como se queira.


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A comunicação social angolana tem muito má qualidade por se reger pela propaganda e por impedir que jovens talentos que se vão revelando tenham protagonismo. Tem má qualidade porque não dá espaço à oposição nem a vozes independentes da sociedade civil. Com isso, não merece a confiança dos cidadãos e constitui uma séria ameaça à concórdia. 


Persistindo na estratégia actual de imposição da sua hegemonia,  o MPLA não tem possibilidade de resolver os inúmeros problemas que afligem a sociedade.  Sem contraditório e sem absorver as boas ideias dos que pensam diferente,  o partido no poder já mostrou que não tem capacidade para diversificar a economia nem resolver o problema do lixo, para além dos muitos outros que todos conhecem. 


Com o radicalismo político e a guerrilha nas redes sociais a crescer,  urge que floresça o bom senso, pois o cenário de agravamento da crise política e social depois das eleições,  ou mesmo antes da sua realização,  não deve ser descartado.  Que o termómetro do MPLA permita vislumbrar esse cenário  e que os seus adversários possam chegar ao mesmo entendimento.  Porque se o MPLA por si só desconseguiu, sem o MPLA outros também desconseguirão".



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