ANGOLA ENTRE O INVESTIMENTO ESTRANGEIRO E O COMBATE AO ESTRANGEIRISMOS- TIMOTIO MIRANDA

A fraca capacidade do mercado nacional de proporcionar estadia que permita a efectivação da produção de riquezas, remeteu as autoridades governamentais desta praça política em um discurso ressonante da atracção do investimento estrangeiro através de um plano estratégico que permita ainda por meios obscuros e manipuladoras um enquadramento da geopolítica internacional através de fomento de um ambiente aliciante e englobador. Durante estes tempos os meios de comunicação na sua maioria pública, altas figuras artísticas e fazedores de opinião em diapasão com as estruturas apodrecidas do MPLA introduziram em torno disso um projecto exigente e sem escrúpulos, o GRECIMA.

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Mediante isto, forjou-se inúmeras propriedades que não faziam parte da tabela periódica nacional com a participação da máfia internacional no que culminou em uma falsa Angola nova, longe da Angola profunda. Parecia tudo controlado, até que todo esse Império erguido desmoronou-se e as carecas ficaram visíveis, para o acréscimo da frustração a oposição renova a equipa e altera o capitão, daí o discurso de uma Angola longe da Xenofobia, Tribalismo, Racismo, Prostituição política e do ódio caí por terra e o clima entra em diálogo com os acontecimentos do ensaio da segunda república. As caças as bruxas a evasão da vida privada e o incentivo do ódio mútuo facilitado pelos mídias tomam conta da arena política; parece que a cor da pele, da proveniência familiar, o nível acadêmico e as relações inter-partidárias passaram a ganhar um pendôr mais animalesco e priorizado pela maioria esmagadora dos angolanos sobre tudo os partidários. Joga-se as cartas da censura e do golpe baixo e vende-se o sorriso e o apreço de encarar a política como arte do bem governar e não simplesmente na retórica maquiavélica da cultura acadêmica.

Nesta fase o mais importante tem sido convecer o povo angolano, do que embelezar a língua para o estrangeiro, o primordial tem sido inculcar ao pacato cidadão o ódio pelo diferentes e um exagerado sentimento de pertença, corremos o risco de em 2022 desembocarmos para um conflito pós-eleitoral fruto da fraca maturidade política dos nossos actores morais.