SAVIMBI: DEIXANDO-SE MORRER PARA SALVAR A UNITA- JOSÉ GAMA



Depois das eleições de 1992, o então líder da UNITA,   Jonas Savimbi, assim que soube que o Governo tinha planos de o matar,  abandonou  Luanda rumo ao Huambo, sem dizer  nada a ninguém, levando com que semanas depois, o regime  decapitasse parte da direção da UNITA.  Mataram-lhe o seu  Vice-Presidente, o   Secretario Geral, o chefe das negociações e o seu antigo  responsável   da logística, e um Secretario provincial de Malange, Pedro Makamga. Por outro lado, dirigentes do MPLA, na linha de Kundi Paihama, acusam-no de cobarde e de ter fugido  deixando os seus colegas atirados a sorte. 



Dez  anos depois, sobretudo quando percebeu que as forças do governo o perseguiam, o líder guerrilheiro tomou uma decisão de sobrevivência. Dividiu a direção da UNITA em três colunas. Uma coluna   com o Vice-Presidente (na qual incluía o Vice Chefe de Estado maior), outra coluna  (a direção política) com o Secretario Geral, e outro coluna  com ele próprio. Dispensou o seu bruto  aparelho de segurança, e com um grupo reduzido (13 elementos), isolou-se numa mata cerrada nos arredores de Cassamba, na mesma zona onde em 1966 fundou a UNITA. Já isolado,  permitiu que por volta das 15h daquele dia, um grupo de 30 elementos das FAA, encabeçados por um coronel Iorque, atirassem oito vezes contra o seu corpo quando tomava  o seu chá de mel, depois de ter apanhado uma chuva miúda. Sem os guardas  para defender a sua honra, o seu corpo estendido pelo chão  foi alvo de outros disparos. Com ele morreriam horas antes, dois importante cabos que cobriam o seu anel de segurança, o brigadeiro José Mbule e o general Big Jó. 



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Isto é: Aos contrario de Outubro de 1992, em Luanda,   aos 22 de Fevereiro de 2002, no Moxico, Jonas  Savimbi deixou-se morrer  para salvar a UNITA, e os seus colegas, tal como ele avisou  um dia “Estou prestes a terminar o meu cargo de Presidente da UNITA. Faze-lo-ei não por incumbência interna ou externa, mas para dar espaço ao quadros mais novos demostrarem as suas capacidades. Até porquê, quem ama o poder é Ditador”. 




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