UM TRIBUTO Incomparável- Emília Kaiser

Muitos pensaram quando falei no debate sobre ter abandonado o MED (Ministério da Educação), que isso terá sido o ano passado, ou até mesmo este. Na verdade esta decisão vem de 2017 e foi fruto de ter entrado em crise com o sistema de Ensino em Angola e do Mundo, de uma forma geral. O de Angola é um ensino que é extremamente colonial, que investe para produzir um excêntrico auto-ódio em nós, planta e rega a maioria dos probelmas que nos levam a lutar dia e noite, nos torna aliens do muntu que nós somos!

A mana Emília Kaiser deu um grande tributo ao explicar no texto abaixo, como se ela me tivesse lido o pensamento. No meu pelouro, ensino e educação não será para as pessoas aprenderem a ler e escrever apenas visando um emprego, será um portal para abrirem o MUNTU que sempre mataram nelas e com ele, governarem o mundo! Tal como Simba, quando soube quem realmente ele era!

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O Texto da mana Kaiser:

"Vai na manifestação porque falta de emprego e deixou o seu trabalho de professor."

É preciso muita coragem para fazer isso, não é para qualquer um. Como todos sabemos as escolas em Angola, não são escolas criadas apartir de Angola para Angolanos. São cópias de escolas estrangeiras para Angolanos.

Próprio J.P disse que, seus alunos estão bem preparados para ir para o estrangeiro. Agora pergunto, será que seus alunos estão preparados para Angola? Será que ele esteve a ensinar a serem Angolanos ( Africanos)? Ou esteve a ensinar os alunos a serem estrangeiros?

Prophe Mbanza está num outro nível de pensamento, talvez para ele esse ensino não ensina as crianças a serem africanas, esse ensino não é o mais adequado para um Angolano. Como pode ele ser professor de uma matéria que ele não está de acordo? Como pode ele trabalhar num lugar onde ele vê que não corresponde a sua verdade? Ele é um africanista. Como pode ele estar a ensinar uma criança a não ser aquilo que ele acredita? Sim. É complicado deixar um trabalho, numa altura de crise. Mas é mais complicado fazer algo que não corresponde com aquilo que pensamos. Mbanza prefere não fazer pacto com um sistema, mesmo que isso lhe tira o conforto de um emprego seguro.

Hoje ele está envolvido numa escrita africana (a Ciência MANDOMBE). Hoje ele está envolvido na descoberta de si mesmo. Hoje ele está a lutar para que no futuro, uma criança que nascer em Angola vá a escola aprender e a conhecer ele mesmo. Para que nunca se sinta um matumbu porque não sabe português, ou porque não sabe quem foram os importantes da América, Europa, Ásia. Para que as crianças no futuro saibam quem foi Thomas Sankara e olhem pessoas como Thomas Sankara como seus Ídolos. Para que nenhuma criança no futuro, não olhe para seus cabelos como algo negativo, mas sim, como algo natural.

Não é fácil ir para a frente, quando todos vão para trás. Muita força grande elefante. Segue o teu caminho, não estás sozinho. Angola em primeiro lugar. Para isso é necessário ser Angolano."

Essa minha irmã me entendeu além de medida. Será que você também já entendeu o Grande Elefante?

Tributo a 23 de Janeiro de 2021