Bento Francisco Xavier: Um gatuno julgado e condenado que chegou a vice-governador, apoderou-se dos fundos públicos e sumiu



O antigo vice-governador do Cuando Cubango para a Área Técnica e Infraestruturas, Bento Francisco Xavier, desaparecido em 2019, continua impune depois de ter cometido vários crimes de roubo à instituições públicas, com destaque para o desvio das verbas destinadas à construção de diversas infraestruturas sociais em todos os municípios daquela província, como residências, escolas, hospitais, estradas, pontes, etc.



Apesar dos activos que têm sido recuperados pelas autoridades, nomeadamento pelo Serviço Nacional de Recuperação de Activos da Procuradoria-Geral da República (PGR), o grosso do que foi roubado ao Estado por diversos dirigentes, entre outros, continua em paradeiro desconhecido e os criminosos permanecem impunes, alguns por terem ‘desaparecido’ e outros por estarem a ser protegidos e/ou ignorados, como se nada tivessem feito, por várias razões que só prejudicam o próprio combate à corrupção.


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Tal é o caso de Bento Francisco Xavier, indíviduo que, depois de investigado e acusado pelo Serviço de Investigação Criminal (SIC) no Cuando Cubango, alegou que ia gozar férias e fugiu para parte incerta.


Pela gravidade dos crimes cometidos que lesaram seriamente as populações locais, o SIC não poupou esforços para deter o fugitivo, chegando a enviar dois patrulheiros a Luanda para capturá-lo, mas sem sucesso.

Entretanto, no âmbito do mesmo processo, o SIC deteve o director do seu gabinete e o seu motorista.


Bento Francisco Xavier depois de se ter apercebido que o director do seu gabinete e o seu motorista estavam detidos, contactou o advogado David Mendes, deputado independente da bancada parlamentar da UNITA, para a sua defesa na justiça, tendo o causídico declinado o convite. O advogado, depois de contactar o seu pretenso cliente, analisou o processo e disse-lhe que era um «caso que não tinha solução», por estar relacionado com empresas fictícias que beneficiaram, ilicitamente, de milhões e milhões de kwanzas do Orçamento Geral do Estado, destinados à construção de infraestruturas para benefício da população da província do Cuando Cubango.


As referidas empresas fictícias, pertenciam ao vice-governador Bento Francisco Xavier e destaca-se a ‘Befraxa & Filhos Lda’ e a ‘Fraxa Service Lda’, que abocanharam cerca de quatro biliões de kwanzas do Estado. A dita empresa ‘Befraxa & Filhos Lda’ beneficiou ainda de mais de 166 milhões de kwanzas que seriam para construir algumas infraestruturas naquela província, porém, as obras, pagas na totalidade, nunca foram executadas.


Para a ‘Fraxa Service Lda’, foi canalizada parte considerável dos fundos públicos avaliados em centenas de milhões de kwanzas, desviados em benefício do vice-governador.

Com se apurou na altura, existia uma grande rede de mafiosos que operava no edifício-sede do Governo do Cuando Cubango, cujo “modus operandi” consistia na emissão de ordens de saque, para o pagamento de obras inexistentes. Tal rede, sob comando do foragido Bento Francisco Xavier, foi desmantelada, em Menongue, pelo Serviço de Investigação Criminal. Dentre as várias individualidades detidas pelo SIC, em Menongue, consta o seu motorista, também membro do Comité Provincial do MPLA, em cuja conta bancária, segundo as autoridades policiais, foram encontrados cerca de 200 milhões de kwanzas, provenientes de transferências feitas pelas duas empresas ‘Befraxa & Filhos Lda’ e ‘Fraxa Service Lda’.


Bento Francisco Xavier é também acusado de, antes de ocupar o cargo no Governo, ter assaltado a sede provincial da Direcção Provincial dos Antigos Combatentes e Veteranos da Pátria, onde terá roubado os valores destinados aos subsídios dos antigos combatentes daquela província, referentes aos anos de 2001 e 2002.


Naquela altura, informou-se que Bento Francisco Xavier fora julgado e condenado pelo Juíz Cose, a uma pena de dois anos de prisão, tendo cumprido apenas metade da sanção e, posteriormente, saiu da cadeia sob alegada liberdade condicional.


Assim sendo, considera-se que Bento Francisco Xavier já era ladrão antes de chegar a vice-governador. Enquanto isso, foi primeiro secretário da JMPLA, passou depois para o cargo de director de Geologia e Minas da província do Cuando Cubango e fez negócios com a sua própria empresa, passando aos chineses a exploração dos inertes daquela região e, em retribuição, os chineses depositavam os dinheiros na sua conta pessoal e não na do Tesouro.


Já como vice-governador provincial do Cuando Cubango, fez o levantamento das infraestruturas daquele território, onde constatou estradas, escolas, centros médicos, hospitais por construir e outras inacabadas, adjudicando as obras às suas empresas fictícias e outras dos seus amigos, numa estratégia para facilitar a roubalheira e obter dividendos nos orçamentos das mesmas. 

Outra estratégia usada pelo vice-governador, era a de “pagar” duas vezes pela mesma obra.


A PGR, foi anunciado, chegou a tomar conta da situação, mas desde que Bento Francisco Xavier foi gozar férias não voltou a aparecer, nem com duas notificações que lhe foram enviadas.


Soube-se que «o procurador local tencionava mandar os processos para a sede nacional da PGR, para que o caso fosse tratado em Luanda, porque Bento Francisco Xavier enquanto vice-governador, gozava de imunidades e o seu advogado impediu que os agentes do SIC o detivessem, argumentando que gozava de estatuto especial», afiançou-se na altura.


De lá para cá, a “culpa morreu solteira” e do governante corrupto e larápio nunca mais se disse nada. A SIC aventou ainda a hipótese de o mesmo se ter escondido algures na província do Uíge, de onde é natural, mas mesmo assim o caso terá caído no esquecimento, não se sabe porque razões.


O que mais espantou a opinião pública, foi o facto de um indíviduo, cadastrado como gatuno, que foi julgado e condenado por ter assaltado e roubado uma instituição do Estado, mesmo sendo membro do MPLA, ainda chegou a vice-governador para um sector tão importante como o da Área Técnica e Infraestruturas, de uma província com um grande volume de obras que deviam ser executadas. Foi o mesmo que «entregar de bandeja todo ouro ao bandido»!!!


O Executivo central e/ou os órgãos de justiça, especialmente a PGR, devem explicações públicas à nação!


J24 Horas



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