A “íntifada”de Marcel contra JES- Graça Campos

 



Na sua tresloucada cruzada contra o ex-Presidente José Eduardo dos Santos, a senhora Maricel Martinho da Silva Capama, uma das inexplicáveis coqueluches do programa Política no Feminino, da TPA, disse sexta-feira , expressamente, que a direcção da UNITA ficou muito desagradada com a candidatura de João Lourenço à presidência do MPLA  e da República.



Segundo sugestão da senhora Capama, a UNITA defenderia a permanência de JES por causa de algumas migalhas da corrupção que ele deixava cair para deleite dos kwachas.



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“Muitas dessas pessoas (UNITA) que hoje criticam esse combate à corrupção, são pessoas que também comungaram dessa mesma delapidação (...). Ele (José Eduardo dos Santos), o grande, tirou e também partilhou com muitos. Não vamos ficar aqui a dizer que  o MPLA tirou e comeu sozinho, não! Por isso é que muitos da oposição, inclusive, não queriam que o partido MPLA apresentasse um novo candidato. Em algum momento ouviam-se relatos que a pessoas da oposição não lhes interessava que o MPLA mudasse de candidato e não é por questões políticas, não é nada disso!”


Desconhece-se a origem da informçao da Sra. Maricel, mas ela é de uma gravidade tal que não pode deixar a PGR e mesmo o SINSE indiferentes. Afinal, são acusações que, se investigadas a fundo, podem surpreender o antigo Presidente da República no cometimento de, pelo menos, dois crimes: um de desvio de fundos públicos e o segundo de corrupção.


Vamos repeti-lo: o que a senhora Maricel Capama disse no pograma de sexta-feira não foi resultado de um qualquer lapso linguae.. Foi uma acusação premeditada, embora expressa naquele tortuoso linguajar dela.


A acusação é gravíssima e, repete-se, aqui, que entidades como a PGR e o SINSE não lhe podem ficar indiferentes.

Para o bem ou para o mal, José Eduardo dos Santos dirigiu este país por quase quatro décadas. Cometeu erros e falhas, algumas dos quais resultaram nos inenarráveis  constrangimentos por que passam dois dos seus filhos. A Nação angolana atingiu o fim  do poço graças, sobretudo, à má gestão de José Eduardo dos Santos.


Mas no imaginário da generalidade dos angolanos é absoluta novidade que José Eduardo tivesse partilhado os despojos da delapidação com a UNITA, e .mais ainda, que a direcção deste partido se tenha oposto à candidatura de João Lourenço  à presidência do MPLA e da República.

Há, obviamente, um cunho pessoal nessa “Intifada” de Marcel Capama contra o antigo Presidente da República.


Como aparentemente não há razões próximas ou remotas para tanto ódio, qualquer dia a senhora ainda nos surpreende com a revelação de que José Eduardo dos Santos não assumiu a paternidade de um filho dela...


Maricel Martinho da Silva Capamna   é um “caso de estudo” na política angolana.

A revoltada senhora foi empossada pelo Presidente João Lourenço no dia 25 de Outubro no cargo de vice-governadora do Huambo para o Sector Económico e Social. Trinta e cinco depois, apenas 35 depois, o Presidente da República ter-se-á arrependido e determinou a defenestração da senhora.


A exoneração dela é indissociável da nomeação, a 20 de Setembro do mesmo ano,de Joana Lina para o governo do Huambo.

Provavelmente conhecendo-lhe a falsidade e o cinismo, Joana Lina terá convencido João Lourenço que a vice-governadora preenchia todos os requisitos de uma víbora e por isso não aceitava tê-la como adjunta.


Não se encontrando até aqui nenhuma “digital” de JES na desventura governativa de Maricel, acumulam-se as suspeitas de que a “guerra organizada” que ela move contra o antigo mandatário só pode ter uma motivação pessoal. E aqui urge a entrada em cena dos principais órgãos de investigação. Estamos a falar, repete-se, de um homem que durante 38 anos representou todos os angolanos. O próprio Jonas Savimbi referia-se a José Eduardo como meu Presidente.

É inaceitável que uma qualquer Marcel Capama, que nem a Medicina que cursou é capaz de exercer com um mínimo de competência, arraste para a lama as principais referências do país.


Finalmente, devemos chamar à atenção da Televisão para a sua omissão ou cumplicidade.

Há pouco mais de um mês, a bastonária da Ordem dos Médicos, Eliza Francisco, a quem também é provável que falte um parafusou ouro tenha desapertado, usou os microfones da Grande Entrevista para vilipendiar grosseiramente companheiros de profissão, todos eles profissionais de créditos firmados. Perante um entrevistador (Manuel da Silva) atónito, Eliza Gaspar destratou idosos como Mário Kassessa, Artur dos Santos e Matadi Daniel, todos eles formados (e bem formados) ao tempo em que Eliza Gaspar ainda usava babete ou nem sequer era nascida. A todo arsenal de insultos, Manuel da Silva reagiu com o mais sepulcral dos silêncios.


No Política no Feminino de sexta-feira, se dependesse exclusivamente da moderadora Claudeth Silva, Marcel Capama teria carta branca para evocar aspectos eventualmente sórdidos da vida pessoal de JES.


Valeu-nos a inteligência e a perspicácia de Tânia de Carvalho, que, tendo percebido que a colega já estava no modo água do chefe, tirou-lhe a palavra e reencaminhou-a para outra direcção.  


Está visto que a senhora Capama está desesperadíssima por um tacho no aparelho do Executivo. Já não está feliz com a simples condição dd membro do BP do MPLA. Mas não pode pretender atingir tal desiderato recorrendo a tudo, incluindo a afirmações levianas e atentatórias à dignidade e à honra do antigo Chefe de Estado. 


Calando-se, o MPLA encoraja esses actos delinquentes da sua desesperada militante.



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