O petróleo em Angola é o primeiro produto de exportação e principal financiador da economia nacional. Em face disso, a exportação ilícita de capitais para fora de Angola teve como centro de atracção o sector dos petróleos.
Foi assim com as comissões ganhas nos processos de adjudicação de Blocos Petrolíferos; nas aquisições de equipamentos de armazenagem de petróleo; nas contratações de serviços de apoio à actividade petrolífera incluindo os seguros; nas parcerias de investimento; na renegociação da dívida de guerra à Rússia, etc etc.
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Os negócios do petróleo ou dos combustíveis em Angola sempre atraiu o maior número de interesses. De tal modo que quem quisesse entrar com uma qualquer empresa de prestação de serviços na actividade petrolífera tinha de se associar à Sonangol! Estamos a falar de um mercado de bilhões de dólares, que não tinha o escrutínio nem do Partido nem do Governo e muito menos da Assembleia Nacional.
As negociatas nos petróleos envolve vários milhares de dólares, razão pela qual muito dos dinheiros desviados do país tem como centro negócios alegadamente feitos com a Sonangol, mas que acabaram por beneficiar terceiros, prejudicando o Estado em vários bilhões de dólares.
Os prejuízos resultante dos negócios feitos com a Sonangol são inúmeros, entre prestação de serviços e imobiliários, tendo o Presidente da República João Lourenço reconhecido que o essencial dos actos de corrupção já desvendados e ainda por desvendar está no sector dos petróleos! Perante tamanha constatação, está claro que tentar desviar a atenção da opinião pública para hipotéticos factos surrealistas é mero diversionismo, até para mentes menos avisadas.
Os apelos vão para que se deixe os Órgãos de Investigação Criminal fazerem o seu trabalho, de maneira serena e profissional, porque toda a verdade virá a luz do dia como o Povo Angolano espera!
O primeiro grande exemplo de que o petróleo enriqueceu uma minoria, está patente nos vários casos de corrupção desvendados e investigados pela PGR, com apreensões de bens imóveis e repatriação de capitais. Entre os acusados, constam figuras cuja riqueza foi conseguida à custa de negócios ilícitos com a Sonangol.
E a lista de corruptos conhece novos capítulos a medida que mais casos de desvio do erário vão sendo descobertos.
Os episódios de promiscuidade e de conflito de interesses são inúmeros, consubstanciados em negociatas de detentores de cargos públicos com empresas privadas de que eram titulares, em sociedades fundadas na contramão da Lei. Tudo com o único propósito de assambarcar o erário na construção de impérios particulares, em prejuízo da maioria, do trabalhador e das finanças do País.
As denúncias sobre casos de corrupção que hoje se assiste são verdadeiras descobertas; constituem achados de arrepiar. Para outros, nem tanto. São apenas a confirmação de situações que já tinham resvalado para o domínio de um certo público e envolvem diversos protagonistas e diferentes casos de conluio, com igual teor de perversidade. Entre os beneficiados muitos hoje são chamados de senhores bilhões, dada a avultada fortuna acumulada de forma ilícita, por intermédio da delapidação do erário.
No decorrer dos anos, a devastação dos recursos do País era feita, também, em menor dimensão, em engenharias menos elaboradas e pouco estrondosas, mas ainda assim danosas. No segredo, na discrição, na calada da noite ou na agitação do dia, a economia e as finanças do País sofreram fortes abalos, que o deixaram fragilizada, em estado crítico, onde a luta pela sobrevivência, ainda mais em contexto particularmente complexo, de pandemia, torna tudo mais complicado.
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