CAI TRÊS VEZES DE AVIÃO.
Das várias vezes que estive a beira da morte, só sei que Deus esteve sempre comigo e sobrevivi.
UMA DAS VEZES:
Tínhamos saído de Kinshassa à Luzaka numa delegação chefiada pelo Dr Jonas Savimbi para um encontro com o presidente José Eduardo Dos Santos em Lusaka, estavam a bordo o Dr Savimbi, Jorge Valentim, Marcial Dachala, eu Chivukuvuku e os guardas do Dr Savimbi, chegamos bem na Zâmbia os dois presidentes reuniram e fim da tarde voltamos com o vôo presidencial de Mobutu, a viagem de volta a kinshassa também correu bem.
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Já no aeroporto de kinshassa o Dr Savimbi queria urgentemente pegar outro vôo e fazer ligação para o Bailundo, mas como havia uma certa desorganização nos serviços de segurança e protocolares do Zaire, o chefe do protocolo e como já era noite pediu ao Dr Savimbi para que passassem a noite em kinshassa e que partissemos no dia seguinte porque não havia piloto só havia um co-piloto no aeroporto, o Dr Savimbi alegou que tinha uma agenda muito cedo a cumprir no dia seguinte lá no Bailundo,logo, tinham de partir naquela hora; lá fizeram-se os arranjos necessários básicos, subimos no vôo e partiamos para o Bailundo com o co-piloto que no fundo é piloto também, depois de um tempo de vôo é como o Dr Savimbi era muito atento, percebeu que se avizinhava uma tempestade, em conversa com o piloto para encontrar uma solução porque não havia o outro co-piloto para corrigir a volta, o piloto decidiu ir contra a tempestade, aí a grande odisséia começou... turbulência mais turbulência, estávamos perto da morte; o Dr Savimbi, implorava a Deus, em francês e nós os três mais os guardas do Dr Savimbi em umbundo a suku yange, a suku yange...
Lá por milagre divino conseguimos sair bem da turbulência, continuamos viagem e ninguém mais dirigiu se quer uma palavra ao outro até aterrarmos no Bailundo. Saímos do avião e o Dr Savimbi orientou que fôssemos a casa dele reunir, na pequena reunião de reflexão, o Dr Savimbi diz: Não estaríamos aqui em vida! Se nós estamos em vida hoje,alguém de nós, tem uma MISSÃO. Ou eu tenho tenho de continuar a missão e vocês apanharam boleia e continuam em vida ou o Valentim, tem uma missão e nós apanhamos boleia de viver a conta dele, ou o Dachala, tem a missão e nós apanhamos boleia, ou o Chivukuvuku igualmente tem uma missão e nós apanhamos boleia em viver por conta da missão dele. O mais certo é que se não morremos hoje, alguém de nós tem uma missão a cumprir para este povo.
Os factos acima narrados, aconteceram em 1995.
Serafim Simeao
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