"Perdemos o general Simione", disse-me secamente João de Matos- Jaime Azulay



Foi a meio da manhã de um Sábado, dia 23 de Outubro de 1999. Após ter sido procurado por toda a cidade pelo actual general Meno dos Comandos por ordem do Chefe do Estado Maior General das FAA recebi a comunicação para seguir de imediato para o PCA.


Quando cheguei ao Posto de Comando Avançado na Catumbela o general João de Matos estava bastante alterado, nunca o tinha visto assim. Andava de um lado a outro do corredor que dava acesso à sala de operacoes. Saudou-me de longe enquanto eu me aproximava do general Nunda no centro do Jardim. -" O chefe quer falar contigo", disse-me com o rosto placidamente trancado. Logo descobri que algo de grave tinha acontecido e pensei que tinhamos voltado a perder o Andulo de  onde tinhamos saido dias antes.

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Voltei a olhar para o corredor e JM acenou-me para ir ter com ele. Entramos para a sala operativa. Sentamo-nos e ele centrou um olhar profundo em mim:


 -" Aconteceu algo de muito grave no Andulo, perdemos o general Simione, ele accionou uma mina. O Amuti está ferido. Falei há pouco com o presidente e eles estão a decidir se o governo comunica a partir de Luanda ou se fazemos isso nós aqui. Prepara o teu equipamento, não quero mais nenhum jornalista aqui na Catumbela".


-Meu general-retorqui com a voz totalmente embargada- dada a importância do trabalho prefiro trabalhar com um operador de Câmara da TPA ".

"Então manda busca-lo", ordenou com voz firme. Assim o fiz!

Levei o Câmara para a Sala de Operações e montamos lá o equipamento quando o CEMG entrou.


"Liguem isso, vamos comunicar daqui".


Combinamos que o general Matos faria a declaração da morte em combate do general Simione Mukune e depois eu tinha direito a uma pergunta. 

Só após a entrevista dei conta da sacanagem do operador de câmara. Em nenhum momento da entrevista me filmou. 


Matreiramente ele fechou o ângulo da lente e assim nos ecrans apenas aparecia o general e o meu braço que só era reconhecível pelo tamanho, pela tez e por uma pulseira de borracha que uso há mais de quarenta anos no pulso direito. Foi uma maneira dele retaliar por não terem autorizado a entrada do repórter da TPA que fazia equipa com ele e ser obrigado a trabalhar comigo.

Anos mais tarde agradeci-lhe por isso.



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