ANDULO: ERA OUTUBRO E 21 ANOS PASSARAM- JAIME AZULAY



Desde 19 de Outubro de 1999, vinte e um anos passaram céleres, quase sem pestanejar. A roda da Historia é assim , inexorável, perpétua e sedenta de justica e das consequências implacáveis do seu giro ninguém escapa.


Num dia como hoje, ficou registado nos anais da nossa História a tomada pelas Forças Armadas Angolanas da Vila do Andulo, na província do Bie, considerada na altura,  o bastião da armado da UNITA. 

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Deus me deu a bênção de ter estado lá naqueles momentos verdadeiramente épicos e de ter cumprido o desiderato de anunciar pelas antenas da Rádio Nacional, para os angolanos, para África e para o mundo, através de um telefone satélite, que o Andulo não representava doravante uma ameaça para a divisão de Angola. O fiz com a solenidade e responsabilidades requeridas, tendo a meu lado o general Simione Mukune, os generais João de Matos, Lúcio do Amaral, Panda, Nguto e outros oficiais.


Hoje, terça feira, dobra mais um ano sobre aqueles eventos dramáticos ocorridos em pleno coração de Angola e cuja intensidade bélica surpreendeu a África e o mundo e enlutou muitas famílias angolanas.

Volto a escrever sobre a data não para o facto de reclamar irresponsavelmente uma comemoração tal como a Vitória de Pirro, nada disso. O faço sim,  mas como um testemunho viril para a necessária e profunda reflexão envolvendo todos os que verdadeiramente amam a nossa querida Angola. 

Com o correr dos anos, utimamente, não me canso de repetir: ninguém deve ter ilusões em pretender uma supremacia individual ou de grupo sobre os demais angolanos. Isso não funciona e o preço a pagar resulta bastante alto. Infelizmente, não obstante termos rompido com o paradigma nocivo, o nosso futuro continua em jogo. 


Podemos buscar exemplos ao nosso passado e aprendermos com os próprios erros. Porque nao o fazemos de forma humilde e sincera?

Naquela terrivel guerra que várias gerações de angolanos viveram no Espírito e na carne, não houve vencedores,  apenas circunstanciais vencidos e plenos aproveitadores, como se observa à olho nu.


Definitivamente, somos todos angolanos e a pátria nos aceita assim, como somos, da mesma forma que uma mãe recebe no seu regaço todos os seus filhos.


Ao recordar o dia 19 de Outubro peço a Deus que as almas de todos os soldados e oficiais  conhecidos e anónimos que  pereceram corajosamente, em cumprimento da ingrata missão, nos dois lados das trincheiras, nas batalhas crepitantes da "Operação Restauro", definitivamente descansem na Paz eterna!

E que a glória do Senhor misericordioso  resgate generosamente as almas dos incrédulos inocentes, sobretudo das crianças, mulheres e mais-velhos, cujos cadáveres, como fardos ensanguentados e mutilados pelos bombardeamentos, minas e bárbaros  assassinatos, juncaram com a sua inocência o chão sagrado da nossa amada Angola!

À todos os mártires angolanos, descansem na luz da  Glória eterna e nos protejam!


Que haja respeito pelos nossos mutilados de todas as guerras!

Humildemente, deixo para todos os angolanos, sobretudo os investigadores mais jovens as fotos que fiz no terreno e testemunham a dureza e crueldade daqueles tempos que, felizmente, são passado! 

Hoje muitos pensam que foi fácil, pois, por acaso não foi! 

Apesar das cabalas, do ocaso, da gratuita perseguição até, mantenho-me firme e sereno porque estou ciente da minha missão neste mundo.


Que Deus abençoe ANGOLA!


Catumbela, 20 de Outubro de 2020.



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