ÁFRICA DO SUL CONSTRÓI MURO NA FRONTEIRA COM MOÇAMBIQUE- JOSÉ GAMA

A África do Sul arrancou com a construção de um muro (feito de concreto) de 1,5 metros de altura e 54 km de cumprimento entre a fronteira com o seu vizinho Moçambique como medida de segurança para prevenir-se do contrabando nas suas fronteiras.

Esta solução surge depois de 45 anos, em que a África do Sul vem tentando ver solução contra invasão das suas fronteiras pelas diferentes razóes históricas. No passado, ainda na época colonial, as duas partes (regime do apartheid e Portugal) procuravam controlar cidadãos que circulavam de um lado para fazer turismo ou a titulo de visitar familiares do outro lado das fronteiras, até que a África do Sul cobriu estes corredores com a plantação de sisal, mas que não deu certo devido aos elefantes que pisavam estas plantas. A seguir, isto em 1975, investiram numa cerca elétrica letal de alta voltagem, mas esta apenas operou no período do regime do Apartheid porque convinha para desencorajar combatentes do ANC exilados em Moçambique que entravam em território sul africano para ações de sabotagem económica. Com o fim do regime do apartheid, o governo do ANC, baixou a voltagem desta cerca elétrica (também conhecida por “Serpente de Fogo”) porque algumas ONG denunciavam que por ano cerca de 200 pessoas morriam eletrocutadas ao tentarem passar as fronteiras sobretudo cidadãos moçambicanos que fugiam da situação económica e social do seu país. Era um “muro” (cerca elétrica) que ficou no top 10 dos muros mais perigosos do mundo por ter levado a morte mais pessoas que o muro de Berlim em 28 anos.

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Agora como medida mais branda, a África do Sul decidiu avançar com a construção do muro de concreto que custará aos cofres do Estado cerca de 5 milhões de dólares. O argumento invocado pelas autoridades é de que por ano estavam a ser roubadas cerca de 360 viaturas que eram contrabandeadas para Moçambique. O segundo argumento é que as comunidades sul africanas locais tem reclamado o aumento de criminalidade nestas áreas fronteiriça. Nas suas reclamações queixam-se que a polícia nada tem feito. Portanto as autoridades decidiram avançar com aquilo que chamam de ação disciplinar: a construção de um muro entre os dois país.