O valor real da dívida de Angola com a China está calculado em 20.1 mil milhões de dólares, e é o maior credor do país, disse hoje a ministra das Finanças, Vera Daves.
Deste valor USD 10 mil milhões foram para capitalização da petrolífera angolana Sonangol e USD 10.1 mil milhões para financiar vários projectos de investimento.
Em conferência de imprensa, a titular da pasta das Finanças referiu que a questão sobre o financiamento da China a Angola tem gerado muita polémica quando se analisa a qualidade das obras realizadas pelas empreitaras chinesas.
Entretanto, explicou que a qualidade das obras não depende do credor, que são bancos chineses, mas do Estado Angolano, que deve fiscalizá-las, e dos empreiteiros.
Vera Daves disse que no acto de pagamento o banco pagador baseia-se apenas nas facturas apresentadas sobre a execução das obras. A factura é paga na China e o dinheiro não circula na economia angolana.
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“Há sempre um debate muito forte sobre os entregáveis, da qualidade das obras, isso não depende do financiador mas da relação do Estado Angolano e os empreiteiros”, disse, explicando que a entidade financiadora, que é um banco, olha para as facturas e não para as paredes.
Em relação ao serviço da dívida com a China, para este ano de 2020, avaliada em USD 2. 678 milhões, as amortizações representam 78,8%, ou seja 2.103, enquanto juros representam 21.2% (567 milhões).
Explicou que a dívida com aquele gigante asiático é comercial e é paga em prazos de até oito anos ao contrario da com o FMI, que permite negociação da taxa de juro e prazos de reembolso.
Sobre a quitação da dívida pública, estimada em cerca de 90% do PIB e 60% do Orçamento Geral do Estado 2020 (AKz 13,5 biliões), isto é, USD 5 mil milhões de dólares, segundo analistas da Agência de Notação Fitch, o director da Dívida Pública, Valter Pacheco, disse que Angola precisa de pelo menos 29 anos.
Entretanto, explicou que isso é apenas um exemplo hipotético caso o país ficasse sem mais contrair qualquer dívida. Uma situação que não se põe devido as necessidades de se financiar para acudir a necessidades.
“Vamos continuar a nos endividar, mas de forma mais produtiva e responsável. Angola vai ter que continuar a se financiar, mas com taxas de juros mais baixas e prazos mais longos”, sublinhou o responsável.
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