A directora-geral do Instituto Nacional de Luta conta a Sida, Lúcia Furtado, disse ao Jornal de Angola que o país tem mais de 340 mil pessoas vivendo com o VIH/Sida.
Lúcia Furtado fez estas declarações durante a última visita aos depósitos de medicamentos do Hospital Esperança e Divina Providência em Luanda, realizada recentemente.
Em declarações à imprensa, no final da visita, a responsável explicou que os indicadores mostram que, no país, existem mais de 340 mil pessoas vivendo com o VIH. “Apelamos a um comportamento mais responsável, porque os indicadores do VIH/Sida no país não deixam de ser preocupantes”, disse.
Lúcia Furtado explicou que, apesar da província do Cunene ter a maior taxa de prevalência em todo o território nacional, Luanda apresenta a maior cifra de pessoas vivendo com o VIH/Sida no país, seguido pelas províncias do Moxico, as Lundas Norte e Sul, com realce para as zonas fronteiriças.
Segundo a directora, em todo o mundo a classificação dos grupos de risco varia de acordo com a realidade de cada país. Em Angola enquadram-se no grupo de risco os homens e mulheres que se dedicam ao trabalho de sexo, os homossexuais e usuários de drogas.
Custos
Para suprir as necessidades das pessoas vivendo com VIH Sida no país são necessários aproximadamente 18 milhões de dólares por ano.
“A partir do ano passado o país passou a investir até dez milhões de dólares/ano, para atender as necessidades dos pacientes vivendo com o VIH Sida”, disse Lúcia Furtado.
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Actualmente o país paga o equivalente a 39 dólares norte-americanos por cada frasco de anti-retrovirais, contra 14 dólares anteriormente, e cada paciente consome até dois frascos por mês, com 30 comprimidos cada, na razão de dois comprimidos por dia.
“Mensalmente são distribuídos mais de 5.000 frascos de anti-retrovirais, gastando-se o equivalente a 2 milhões e 340 mil dólares por ano, para suprir as necessidades das pessoas vivendo com VIH/Sida.
Aquisição
Desde 2016 que o Instituto Nacional de Luta contra a Sida faz aquisição dos fármacos para atender o VIH, através do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).
O último défice registado no país tinha sido anunciado pelo importador para oito meses, a julgar pelas dificuldades na obtenção da matéria prima para produção dos fármacos em todo o mundo.
“O tempo de espera para que uma encomenda seja importada, desalfandegada e colocada no armazém ronda entre os dois e três meses. No entanto, na última encomenda o processo demorou oito meses”, explicou.
Rotura
Nesta altura o país já devolveu os 8000 mil frascos de anti-retrovirais cedidos pela República do Zimbabwe, a título de empréstimo, para atender o défice prevalecente nos últimos meses. Questionada sobre as razões da rotura do stock, a responsável explicou que Angola é o único país a nível da região que suporta 70 por cento das despesas com o VIH sem apoio externo, com excepção do Fundo Global, que subvenciona produtos para atender 31 mil pacientes, das 340 mil pessoas existentes no país que vivem com a enfermidade.
Crianças
Questionada sobre os anti-retrovirais para as crianças, a responsável explicou que são ministrados de acordo com a idade, com realce para dos zero aos três anos e dos três aos dez anos, dependendo do peso.
“Em todo o mundo utiliza-se sobretudo o xarope da “Nevirapina”e “Zidovudina”, como anti-retroviral para as crianças, de acordo com o peso de cada um.
Estatísticas
Questionada sobre as razões do atraso na actualização dos dados estatísticos dos infectados, bem como sobre as necessidades, a responsável explicou que os dados do sector são elaborados pela ONUSIDA, que anualmente agrupa os países e os respectivos doentes em diferentes categorias, para depois apresentar os indicadores, regiões de acordo com as suas características, que vão desde a gravidez, idade e sexo.
Para se determinar as estatísticas do VIH/Sida são necessários estudos sobre a população, taxa de prevalência, o rendimento médio do país e outros indicadores, que são obtidos através do inquérito múltiplo de saúde, os quais vão permitir produzir os relatórios, que são enviados à ONUSIDA mundial. A nível da região são realizados os encontros de parceiros na África do Sul, de Março a Maio.
O relatório a que teremos acesso a partir de 1 de Dezembro de 2020 vai trazer indicadores de 2019, razão pela qual referimos sempre “segundo o último relatório”, disse Lúcia Furtado.
Temos stock para três meses
Durante a entrevista, a directora-geral do Instituto Nacional de Luta contra a Sida, Lúcia Furtado, garantiu a existência de aproximadamente 12.000 frascos de anti-retrovirais, para atender a procura por três meses.
“O primeiro lote de anti-retrovirais, com de 3.700 frascos, chegou ao país no dia 5 de Agosto e o segundo lote, com aproximadamente dez mil frascos, chegou no dia 12 de Agosto do corrente ano, o que vai permitir atender sete mil pacientes, durante três meses.Lúcia Furtado explicou que, além da capital do país, registam défice do produto as províncias de Benguela, Huambo e Cuanza-Sul.
Jornal de Angola
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