Chivukuvuku entre o projecto pessoal e de poder (o que é a mesma coisa).

Quem se dá ao trabalho de perceber o que escrevo por aqui, sabe que tenho por Abel Epalanga Chivukuvuku uma admiração sincera, muito pela sua dimensão histórica e pela sua perseverança, pela sua forma de SER político. Cada vez que passo pelo Largo do Rato, e por estes dias são todos os dias, e leio a frase atribuída a Mário Soares (e que outros atribuem a Salgado Zenha):  'Só é vencido, quem desiste de lutar', inevitavelmente, penso em Abel Chivukuvuku.

Corre por aqui, nas redes sociais, e em alguns orgãos de comunicação social angolanos que o Poder se prepara para instalar Abel em qualquer cargo. Não acredito. Ou seja, acredito que o Poder o pode ter feito, e não é de agora, o que não acredito é que Abel Chivukuvuku aceite agora quando não o aceitou antes.

Ultimamente tenho pensado até onde é que Abel Chivukuvuku poderia ir. Isto é, o líder sem partido tem um projecto para Angola, um projecto de décadas, de toda uma vida, é um projecto pessoal, sim, é, mas é, essencialmente, um projecto de poder. Sem poder, o que quer que seja que Abel queira para os angolanos não se poderá concretizar - um movimento cívico nunca será suficiente para ele. O seu projecto de poder sem expressão prática, entra em deliquescência, perde-se, torna-se inútil, e essa inutilidade arrastará Abel Chivukuvuku. E foi nesse número que o Poder apostou quando inviabilizou o PRA-JA.

Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923593879 ou 923328762


Eis que começa a correr por aqui, nas redes sociais, e na comunicação social angolana a possibilidade de Abel regressar à UNITA. Enquanto isto era uma piada, tudo bem, deixávamos a piada correr e morrer de cansaço. Mas um pequeno detalhe veio baralhar as contas feitas pelo Poder. A opinião pública, nas redes sociais ou em quaisquer outros lugares, começa a mostrar-se favorável à possibilidade de Abel voltar aos 'maninhos', a um lugar de pertença. Ui, ui, ui. Passo seguinte: despachem-se!, é pôr a correr que será integrado, sim, mas no actual Executivo e num cargo upa, upa, upa. E não é que as pessoas acreditam? (bom, tenho sempre de pôr a possibilidade de ser verdade, falamos de Angola)

Seja como for, Abel Chivukuvuku está numa encruzilhada e tanto. Espero que me surpreenda, que nos surpreenda, mas não sei como vai sair disto. Constitucionalmente não pode candidatar-se à presidência do país, só o poderia fazer enquanto cabeça de lista de um partido, que não tem e que não pode ter nos próximos quatro anos. Poderíamos pensar que o faria como cabeça de lista da UNITA (mantendo Adalberto a liderança do partido), assim como assim, seria sempre perdedor, mas Samakuva e tantos dos seus nunca perdoariam a Alberto Costa Júnior tal gracinha, porque essa possibilidade, a surgir, seria para ele, Samakuva, e mesmo que isso se explicasse pelo tremendo impulso eleitoral que daria ao partido do Galo Negro, não, não e não, diriam. Definitivamente, não. E falta acrescentar que Adalberto aprendeu com o MPLA como não se deve tratar um ex-líder em vida.

Enfim, aguardo com tremenda curiosidade o que vai Abel Chivukuvuku fazer a seguir. Espero que me (nos) surpreenda. No entanto, temo, não vai ser fácil.

(última nota: não escolhi esta imagem ao acaso).

Ana Maria Simões

Saiba mais sobre este assunto, clicando AQUI

Lil Pasta News, nós não informamos, nós somos a informação

Postar um comentário

0 Comentários