Caso David Diogo: “SOU TÃO HOMEM QUE, SE TIVESSE FEITO TAL COISA, NÃO ME CUSTAVA ADMITIR”

Desde que Domingas Francisco, de 17 anos, denunciou ter sido vítima de estupro por parte do jornalista David Diogo, ao que tudo indica, o processo caminha de forma lenta e misteriosa, pois, é  que, até agora, o acusado, ouvido por este jornal, nega todas as acusações e alega não ter sido notificado para ser ouvido ou submetido a qualquer exame, embora o advogado da acusada nos tenha confirmado que David Diogo foi, na quarta feira,19, ouvido pelo Ministério Público.

Fontes policiais dão conta que o processo foi solicitado, recentemente, por uma alta figura do Serviço de Investigação Criminal (SIC), no sentido de averiguar o seu andamento,  sendo que, posteriormente, a referida alta patente trocou de instrutor.

Até ao fecho da presente edição, o processo nº 1978/20-02 DCCPFF, encontrava-se no SIC-Geral, sob tutela dos investigadores Agostinho Ferreira e Londa.

A fonte diz que neste momento o processo ainda se encontra sob instrução preparatória, isto é, recolha de provas dos factos.

David Diogo: “Estou a trabalhar normalmente”

Após várias tentativas de contactar o jornalista David Diogo, finalmente, no passado dia 11 de Agosto, por volta das 14 horas, via telefone, conseguimos manter uma conversa breve com o acusado que, apesar de não querer responder as nossas questões, pois, pretendia, dar uma espécie de aula de jornalismo, conseguimos retirar alguma informação.

O Crime – O que tem a dizer sobre os crimes dos quais está a ser acusado?

David Diogo- Vocês não apuraram os factos todos, ouviram apenas um lado. Acredito que tenham sido ludibriados, mas a técnica jornalística recomenda que, quando isto acontece, a única forma de contornar é não publicar mentiras, mas sim, ir ao terreno apurar. Essa acusação remete-nos ao local geográfico bastante conhecido. Era só ir para lá e ter com as testemunhas e vocês não tiveram essa paciência e agora vêm, porque tenho de prestar depoimento!?

O Crime – Apenas entrevistamos a suposta vítima, pois, na altura também contactamos o senhor mas se recusou em falar…

David Diogo – Depois de tudo, vocês vêm solicitar o meu depoimento. Não vou dar depoimento agora, depois de vocês terem estragado muita coisa na minha vida.

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O Crime – Se alguma coisa estragou na sua vida, de certeza não somos nós os culpados. Mas isto não vem ao caso. Após tomarmos conhecimento da ocorrência, ouvimos a suposta vítima na primeira pessoa e, a seguir, o seu mandatário e neste período, a todo momento, tentamos ouvi-lo, mas sem sucesso. Como jornalista, sabe que a informação não espera pela vontade das pessoas…

David Diogo – Todos nós passamos nas escolas e sabemos pegar só numa entrevista passada por alguém, ainda mais com uma acusação tão grave e a gente estampar, não vejo profissionalismo nisso. O facto do outro lado não se pronunciar, não nos dá o direito de pensar que aquilo que está a ser dito deve ser publicado.

O Crime – Na sua opinião, o que se publicou era desnecessário?

David Diogo – Não é desnecessário, mas incompleto. Na verdade, vocês deviam contactar os agentes policiais e, irem ao local e procurar saber como é que aquilo se deu.

O Crime – Há uma acusação que recai sobre si, o que tem a dizer?

David Diogo – Eu nem sequer sei onde a menina fez a primeira acusação, não sei quem acusou e quem tomou conhecimento de que havia uma coisa qualquer que eu não sei o que é.

O Crime – O senhor esteve detido sob suspeita de estuprar uma menina de 17 anos, não?

David Diogo – O contraditório não é feito só pela contraparte, mas sim pelos elementos que podem enriquecer aquilo que está em abordagem…

O Crime – É o que sempre procuramos fazer consigo, mostrou-se sempre indisponível. Ao que parece, é o que está a fazer novamente…

David Diogo – Ela pode ter indicado um outro local e uma outra pessoa qualquer. Era para se aferir se vocês falaram com a pessoa certa.

O Crime – Está dizer que a suposta vítima o terá confundido com uma outra pessoa?

David Diogo – Porque acredito que, em algum momento, vai se fazer acareação de tudo e iremos para lá e esta pessoa não precisa ser salvaguardada, porque ela está aí, aliás, todos elementos estão identificados.

O Crime – Segundo o advogado da vítima, o senhor refuta-se em fazer os exames que podem provar a sua inocência ou culpa. Isto é verdade?

David Diogo – Não corresponde à verdade, porque os meus advogados estão aí disponíveis. Eu sou uma figura pública e a empresa já emitiu um comunicado sobre este assunto que a relação laboral mantém-se. Em lado nenhum encontrei notificação alguma, ou algo que comprove que a notificação foi emitida.

O Crime – O senhor continua a exercer a sua actividade laboral?

David Diogo – Sim, eu tenho estado a trabalhar normalmente. Sou tão homem, que se tivesse feito tal coisa, não me custava nada admitir, porque todos nós somos pessoas e temos emoções e assumiria o facto.

O Crime – Então é inocente?

David Diogo – Sou uma pessoa muito aberta e comunicadora por natureza, não sou muito de estar a dar curvas.

O Crime – Como tem sido o seu dia- a – dia?

David Diogo – Isso complicou a minha vida de tal maneira. É quase destruição de uma carreira que vem sendo feita com muita tranquilidade e muita paz. A única coisa que resta é ter muita cautela e cuidado para começar a organizar os danos.

O Crime – Se for notificado, estará disponível em realizar o exame pretendido?

David Diogo – Não sei quais são os critérios que eles estão a usar para me notificar, aliás, eu sei como se notifica uma pessoa e agora vens dizer isso! Não posso ir na praz destes forjamentos.

O Crime – Está a dizer que estão a forjar provas contra si?

David Diogo – Aguardem um pouco, em momento oportuno vou esclarecer tudo que se passou, mas agora não me dá jeito por tudo que já se estragou.

O Crime

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