O regime angolano reagiu esta semana as declarações da antiga deputada do MPLA, Tchizé dos Santos que - por via de um dos seus habituais aúdios - criticou a iniciativa da ministra das finanças Vera Esperança dos Santos Daves de Sousa em nomear, uma das filhas do casal presidencial, Cristina Giovanna Dias Lourenço, para o cargo de administradora executiva da Bolsa de Valores de Angola (BODIVA).
Nas suas declarações, Tchizé dos Santos colocou em causa a experiência e a rápida ascensão profissional de Cristina Dias Lourenço que ingressou no ministério das finanças em 2016, depois de ter concluído a formação na Inglaterra. No ponto de vista de Tchizé, o líder do seu partido não deveria permitir estas nomeações para com os seus familiares porque no seu ponto de vista constitui um acto de bajulação por parte da ministra Vera Daves.
Após as suas declarações, o regime reagiu por via de canais informais, fazendo sair um texto explicativo e sem rosto do seu autor, cuja integra se segue.
A associação entre a indicação de Cristina Lourenço para o Conselho de Administração da BODIVA e a nomeação de Isabel dos Santos para a Sonangol e Zenu dos Santos para o Fundo Soberano só pode parecer estapafúrdia e puramente maldosa.
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Em primeiro lugar, os Administradores da BODIVA não são nomeados por Decreto Presidencial. A BODIVA é uma empresa de domínio público, constituída sob a forma de sociedade anónima, em que a função accionista é exercida pelo MINFIN. Assim sendo, os administradores da BODIVA são nomeados por deliberação dos accionistas e tomam posse perante a Mesa da Assembleia Geral da sociedade, nos termos da Lei das Sociedades Comerciais.
É simplório e redutor pensar-se que o PR é o grande olheiro e controla tudo e todos. É um olhar de quem não conhece a administração do Estado onde os ministros exercem também as suas funções e responsabilidades. Quem não sabe que os Secretários de Estado são geralmente uma indicação dos Ministros. Que os vice- Governadores são geralmente escolhidos pelos Governadores. Que os PCA sugerem os seus administradores, na lógica do “primus inter pares”.
No caso presente, a Dra. Cristina Lourenço é um dos quadros do Ministério das Finanças, começou na BODIVA, teve uma passagem pela UTAP e agora “regressa a casa”. Para além da sua sólida formação, ela integra um Conselho de Administração formado por jovens que estão a contribuir, com muita ousadia, para a dinamização do mercado de capitais e esperemos que venham a conseguir que a Bolsa de Luanda tenha também um mercado de ações forte. O PCA da BODIVA é o respeitado economista António Furtado.
Não é mera coincidência que certos círculos, na fase actual em que o Presidente João Lourenço está engajado na sua agenda governativa e a dar sinais de avanços em matéria de transparência e boas práticas, procuram usar esse episódio contra si. É uma manobra.
Estudem as regras. Conheçam as leis. Nem João Lourenço nem a Ministra das Finanças dão posse a estas entidades.
Cristina Lourenço vai fazer o seu caminho. Step by step. Não precisa de empurrões do pai, com outros se habituaram. No fundo, a falta de uma cultura de meritocracia leva-nos a isso. Felizmente essa é uma boa excepção.
Club-K
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