GENERAL “TARZAN”, O OFICIAL QUE SAVIMBI NÃO ENVIOU PARA AS FAA

O general “Tarzan” que aparece na imagem ao lado de Wilson dos Santos a pegar um material de guerra durante a ocupação – pelas FALA - da zona de Kangamba, Moxico, em 1986, foi o cabo de guerra de Jonas Savimbi, que menos o regime conheceu em 1992. No período da formação das FAA, o General Júlio Armindo “Tarzan” não foi despachado a Luanda para integrar o novo exercito nacional. Durante aquele período, aparecia na cidade por poucos dias mas logo a seguir desaparecia para parte “incerta”. Era dado como como o general que guardava no mato, as chamadas “forças residuais” que Nzau Puna, denunciou como estando escondidas no mato como reservas de Savimbi.

Pela media governamental, o nome de “Tarzan” foi mencionado em Novembro de 1998, depois de o General Jacinto Bandua ter desertado da UNITA revelando que o seu colega fora executado. As FAA, haviam anunciado que encontraram os seus restos mortais de junto com o do General Antero Vieira numa vala comum na confluência dos rios Cuvale e Kunhinga. na província do Bié.

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Em 2005, numa entrevista a VOA, o general Kamalata Numa revelou que esteve preso com “Tarzan” contando como o afastamento desta classe de generais, depois da fracassada tomada do Kuito, teria afectado negativamente a luta da UNITA.

Conforme contou, o general Numa, “eu fui preso no dia 15 de Novembro de 1998..Logo, quando inicia a segunda fase da guerra, apenas tomei parte na elaboração dos planos, e não tomei parte na condução das tropas. Eu era o chefe das operações....o general Bock, que era o chefe do EM, participou na fracassada batalha do Kuito, depois disso foi retirado, já na altura o general Vatuva por razões que só o tempo esclarecerá já tinha sido afastado, o Tarzan estava preso, havia outros oficiais que também já não fazia parte do comando de tropas .. é assim.. a base que poderia sustentar a guerra de forma mais equilibrada tinha desaparecido.

Ainda, de acordo com Numa, “Dos antigos cabos de guerra que a UNITA tinha, tinham sobrado muito poucos....eu , o Bock, e depois nós tínhamos os nossos lugar-tenentes como o Tarzan, o Antero..e outros oficiais que poderia nomear .. e foi esta base que foi destroçada internamente por questões políticas. Surgiu uma nova geração de oficiais que continuou a sustentar a guerra, mas não podiam dirigi-la de forma vitoriosa, porque enfim, tinham deficiências, não tinham experiência”.

José Gama