Médicos no município do Bocoio passam receitas em papelões por falta de papel

Milhares de famílias que residem na comuna da Chila, município do Bocoio, na província de Benguela, sentem-se “abandonadas” pelo Governo Provincial, uma vez que, segundo lamentam, a população local “precisa de quase tudo”.

Com mais de 22 mil habitantes, a comuna da Chila dista a 74 kilómetros a norte da sede do município do Bocoio em que as populações afirmam que “não sentem a existência de uma administração do governo local”.

Em conversa mantida no local com os moradores, a nossa reportagem constatou que, a população não tem água potável, ficando dependente do consumo de água fornecida pelos motoqueiros (kupapatas), líquido que de acordo os habitantes da Chile, “é impróprio à saúde humana por ser muito turva”.

A luz da rede pública, esta nunca existiu no seio dos populares, pois a única fonte alternativa – o gerador avariou em Dezembro do ano passado. O sector da saúde é outra preocupação apontada pelos munícipes da comuna da Chila, no município do Bocoio, província de Benguela.

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A localidade contempla apenas um único Posto Médico onde são feitas as consultas. “O grande problema é que não há medicamentos no posto de saúde comunal”, disse o cidadão António Segunda.

O Decreto constatou junto da equipa médica que, o Posto Médico da Comuna da Chila debate-se com a falta de técnicos e matérias de trabalho. “Até para passar uma receita, os enfermeiros usam papelão de porque não há papel”, disse a fonte.

A fonte deste portal avança por outro lado que, o administrador comunal Januário Chitekulo “utiliza várias vezes” a Ambulância do Posto Médico para a sua deslocação  à sede do município do Bocoio, o que para os populares, “é absurdo, uma vez que os doentes não têm um socorro urgente, é uma situação muito gravíssima”, lamentou.

Os populares lamentam a situação em que estão votados, porquanto, para eles, configura num “abandono total” por partes dos governantes do Bocoio e apontam mesmo o administrador comunal, Januário Chitekulo, de “nada fazer para inverter o quadro”.

À nossa reportagem, os habitantes da Chila, queixam-se igualmente do comportamento “autoritário” do administrador comunal, a quem acusam de impedir a existência de um marcado para a comercialização dos produtos do campo.

“Não há praça onde a população pode vender seus produtos, porque o administrador Januário Chitekulo, não permite e ao mesmo tempo ninguém pode cultivar a sua naca, afinal que administrador é esse”, questionou uma das camponesas.

Outras dificuldades observadas pelos populares prendem-se com a falta de viaturas para o trabalho de patrulhamento da Polícia Nacional, bem como as péssimas condições em que se encontram as principais vias de acesso para a circulação de pessoas e bens.

A nossa reportagem constatou ainda que, a única escola primária ficou sem tecto devido aos ventos fontes, facto que poderá comprometer as aulas dos alunos lá inscritos, caso o ano lectivo retorne nos próximos dias.

O Decreto tentou sem sucesso ouvir o administrador da Comuna da Chila, Januário Chitekulo.

O Decreto

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