Defender o indefensável - Graça Campos

Esta manhã, na minha perambulação pelas redes sociais, dei com este escrito de Sizaltina Cutaia, feito há já alguns dias:

“Não há virtude em retirar do OGE a clínica dentária para a presidência. O que interessa é entender as razões que levaram que el estivesse lá para começar. Porque se não falarmos sobre isso, havendo um camucado mais de dinheiro, ela volta. Nós continuamos a não debater as questões que realmente importam para fazermos de Angola um país de verdade. Em 2022? Já sabem!”
Belarmino Van-Dúnem respondeu ao post com o seguinte comentário:

“Primeiro é preciso um enquadramento de como essa clínica dentária surgiu de pois claro se ou não prioritária. É necessário lembrar que a Cidade Alta é um Projecto integrado e clínica dentária, nesses casos não serve só a presidência e os dirigentes, também serve para a comunidade à volta da mesma.
Por outro lado, que eu saiba não é um Projecto novo é antigo e ficou esses anos todos por implementar.

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Claro que nesta conjuntura não é prioritário, mas tarde ou cedo terá que ser feia”.
Confesso que fiquei perturbado com o comentário desse especialista em Relaçoes Internacionais.
O alinhamento cego e obstinado de alguns jovens a políticas decididas nos gabinetes frequentados por pessoas do MPLA não augura nada de bom para este país.

Dos jovens (e Belarmino é um jovem) espera-se uma avaliação crítica a tudo o que se lhes apresenta.
Subscrever cegamente tudo – seja por disciplina partidária, seja por apego a tachos – é tão mau quanto gizar políticas discriminatórias, como, seguramente, seria a construção, com dinheiro de todos, de uma clínica dentária de uso exclusivo do Presidente da República, familiares e pouco mais.
Onde foi que Belarmino Van-Dúnem leu que o dito Centro Clínico Dentário, inscrito no Programa de Investimentos Públicos da Presidência da República, seria um “projecto integrado”, aberto à “comunidade à volta do mesmo”?

Onde foi que Belarmino Van-Dúnem, docente universitário,  viu escrito que o pretendido centro dentário teria as portas escancaradas a todos os descamisados  que habitam na  Corea, Praia do Bispo, Coqueiros, Kamuxiba e outras áreas envolventes?

Em matérias como essa, em que faltam olhos de ver, teria sido preferível que Belarmino Van-Dúnem guardasse para si o que pensa a respeito.

Sair em defesa de um projecto, reprovado pela própria Assembleia Nacional, onde o MPLA é a força dominante, não fez bem “à saúde” de um jovem, que tem tudo, incluindo formação académica, para ser útil ao país.

Em suma, o “nosso” Belarmino defendeu o indefensável.
O país está hoje a pagar um elevadíssimo preço por causa da “unanimidade” com que eram acatadas todas as opções do partido governante. O país está hoje a carregar um pesado fardo por causa da unanimidade” que envolvia todas as decisões “clarividentes” do ex-lider.
Jovens como Belarmino Van-Dúnem parecem nada ter retido desse passado tão fresco.

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