Familiares da Bárbara Nogueira, assassinada pela amiga e amante, Judith Maria da Graça da Silva depararam-se com a condenada nas ruas de Luanda, avança a emissora Católica. Aliás, este dado foi confirmado por Judith. “Encontro-me em Luanda, fora da prisão, em liberdade condicional, por atingir a metade da pena, e para mais informações sobre o assunto, poderão contactar o meu advogado”, esclareceu.
De acordo com o advogado, José Carlos, Judith está em liberdade desde o dia 28 de Maio do ano em curso.
Segundo o causídico, todos os pressupostos legais foram observados para sua liberdade.
“Ela esteve privada da sua liberdade desde o dia em que foi detida, até o dia 28 de Maio do presente ano, esteve privada de liberdade seis anos, onze meses e 28 dias, faltavam precisamente dois dias para que fizesse sete anos”, disse.
Os factos
Judith Maria Graça da Silva, em 2014, na altura com 39 anos idade, foi condenada a 20 anos de cadeia por ter morto a sua amiga e amante Bárbara Nogueira.
A condenada, revelou nos autos da investigação criminal que mantinha uma relação amorosa com a falecida, a bancaria Bárbara Marise Menezes de Sá Nogueira e que a teria tirado a vida no seguimento de uma discussão que tiveram.
No decorrer do interrogatório policial, Judith contou a polícia que houve um desentendimento entre as duas por causa do envolvimento de uma terceira pessoa que se terá intrometido no seu seio e que foi Bárbara Nogueira, na altura com 38 anos, que a teria inicialmente assaltado.
De acordo com a recomposição do crime, tudo começou na manha do dia 30 de Maio de 2013, quando Judith Maria Graça da Silva começou a telefonar para Bárbara Nogueira desde às 6horas da manhã daquele dia, invocando que precisava conversar urgentemente com a parceira.
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Bárbara por sua vez, desfez-se de alguns compromissos e telefonou para o Banco Millennium de que era gerente para avisar que chegaria tarde ao trabalho. Antes, levou a filha, de 11 anos, ao Colégio Elizângela, junto ao Largo 1º de Maio tendo de seguida se dirigido ao encontro de Judith no apartamento daquela, nas imediações da antiga Feira Internacional de Luanda (FILD).
Já no apartamento, ambas segundo o depoimento de Judith da Silva, fizeram (ainda) amor, tomaram o pequeno almoço e só depois deu lugar ao áspero debate. Judith confrontou Bárbara de que esta estaria a trair-lhe com um dos administradores do Banco Millennium e que não tolerava. Bárbara mãe de duas adolescentes, tinha um esposo e segundo depoimento de Judith, ambas comprometeram-se em desfazer-se das suas respetivas relações conjugais. Judith, na altura, era solteira e mãe de um rapaz de 18 anos.
Ambas brigaram e no decorrer no clima tenso, a falecida teria espetado com uma lapiseira perto da área do umbigo de Judith (ao qual mostrou sinais do ferimento a polícia) e esta por sua vez, pegou numa faca atingindo mortalmente a parceira.
Ao dar conta que a outra perdeu a vida, Judith abandonou o apartamento para na manhã do dia seguinte ter solicitado ajuda de um jovem taxista, Ângelo Lopes, que transportou o cadáver que ela havia colocado numa mala alegando tratar-se de carne de cabrito para fins tradicionais.
Contactou também uma curandeira identificada por Mama Santa para ajudar-lhe a não ser descoberta e fez desabafos com uma tia dizendo que matou “a sua rival”. A tia, por seu turno aconselhou-lhe a
apresentar-se as autoridades policiais, o que não aconteceu.
Ao darem conta do desaparecimento de Bárbara, a família fez saber a polícia e esta através de diligências como rastreio das últimas chamadas telefónicas da falecida notaram que estabeleceu contactos com um número que correspondia ao de Judith Maria Graça da Silva.
Judith foi convocada pela investigação criminal de Luanda e negou conhecer o paradeiro da amiga. Após aplicação de métodos próprios, a mesma entrou em contradição durante a sessão de interrogatório acabando por assumir a autoria do crime.
Na tarde do mesmo dia (4 de Junho) deslocou-se, na companhia de peritos da polícia de investigação, ao local onde despejou o cadáver da amiga.
Judith Maria da Graça da Silva, foi condenada em 2014 a 20 anos de prisão efectiva, pelos crimes de homicídio, ocultação de cadáver, aborto e ofensas corporais simples.
Foi condenada a 18 anos de cadeia pelo crime de homicídio, isto é, por ter morta a sua então amiga Barbara de Sá Nogueira, 39 anos, e mais um ano e seis por ocultação do cadáver. A mesma teria ainda que indemnizar os familiares da malograda ao equivalente em Kwanzas a 100 mil dólares norte americanos. Já pelo crime de aborto, de que a mesma também foi julgada em simultâneo, foi condenada a pena de 7 anos de cadeia e a indemnizar a vítima em 700 mil Kwanzas, o equivalente em sete mil dólares norte americano. Por este mesmo crime foi também condena a 1 ano e dois meses, Joana Tatiana dos Santos, na altura dos factos, empregada de Judith a que ajudou a cometer o crime de aborto contra a jovem Gricelda de Melo.
Joana dos Santos teria também de indemniza-la em 400 mil Kwanzas, mas viu a sua pena suspensa durante cinco anos por se encontrar em estado de gestação e ter colaborado com a justiça na descoberta da verdade, uma vez que ao longo do julgamento confessou o crime e disse que tudo foi perpetrado pela patroa, no caso Judith.
Quanto ao réu Eliandro Danilo dos Santos, ex-marido de Judith da Silva, acabou absolvido de participação no crime de aborto.
Na Mira do Crime
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