No passado sábado, 11 de Julho, 2020, estava numa das paragens de táxis no bairro Benfica (Luanda), quando ouço gritos e percebo que os mesmos eram dirigidos a mim, direciono-me ao som, e percebo que eram os gritos de um agente da policia nacional, que num tom de raiva, como manda a sua educação patriótica, buscava chamar a minha atenção, por eu ter a mascara facial, á baixo do nariz, consciente da situação e o que refere o decreto presidencial, calmamente, começo a dizer ao agente, que tenho tido dificuldades em respirar quando permaneço com a mascara por muito tempo, não satisfeito com a minha explicação e de forma fria, evasiva e tanto cruel, em resposta, o agente, ameaça levar-me a uma esquadra, certamente, onde eu respiraria melhor, na óptica do policia, enfim, foi uma situação que teve de ser de minha parte evitada, porque assustou a minha mulher ao meu lado, quando eu disse ao agente que podia apanhar uma crise e ele refutar, que se eu morresse, o meu corpo seria recolhido da rua, porquê a policia não deixa corpos na rua.
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No dia seguinte, 12 de Julho, 2020, sou confrontado com vídeos na internet, que mostravam confrontos entre a polícia e a população, no bairro do Prenda (Luanda), segundo informações a circular, a polícia desparrou mortalmente contra um jovem, porque o malogrado não tinha a mascara posta em condições na cara, fiquei com o corpo gelado, por alguns segundos, senti-me, morto, tudo, porque um dia antes, poderia ser eu, o jovem baleado, se perceberem, o jovem morto, acabou morto porque apenas queria respirar para viver, um direito que lhe foi cortado junto com a sua vida.
E este é o decreto que quer salvar vidas, mais está a permitir matar! Como aceita-lo? Num decreto presidencial, está estipulado que nos transportes públicos e privados (Táxis), locais públicos ou onde tenha um aglomerado de pelo menos 15 pessoas em Angola, temos de usar a mascara, caso contrário, a polícia pode… intervir, pode o cidadão ser condenado de forma sumaria, pode o cidadão pagar multas que chegam a 10 mil Kwanzas, e pode até ser considerado criminoso… e num contexto imaginário, segundo o decreto, pode tudo isso, mais não pode mesmo, por nada mesmo, respirar?
A questão é:
E se a polícia em Angola, não nos deixar respirar para viver?
VAMOS FALAR DE TRISTEZAS…
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