A Suíça abriu um inquerido à Glencore por envolvimento de corrupção na RD Cono
A multinacional-anglo suíça Glencore admitiu estar sob investigação da Procuradoria-Geral da República Suíça por não ter implementado medidas de prevenção contra um alegado fenómeno de corrupção na República de Democrática do Congo, igualmente, investigação no país europeu, e prometeu colaborar com os investigadores.
O gabinete do procurador-geral suíço referiu o Financial Times que estão em causa “suspeitas de responsabilidade criminal” relacionadas com subornos no estrangeiros, mas aplica-se a presunção de inocência a todos os envolvidos e que não existe um prazo definido para conclusão da investigação.
Entre outras actividades, designadamente nos sectores energéticos, agrícola, à Glencore dedica-se à prospecção de mineira e, segundo Consórcio de Investigação de Jornalistas é, porventura, a principal empresa ocidental a operar na RDC, o maior produtor mundial de cobre e uma das melhores fontes mundiais de cobalto.
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Segundo a Procuradoria-eral da República Suíça, este inquerito à Glencore resulta de uma investigação mais ampla a operadores de “commodities” sedeados no país. CIJI nota que ele surge na sequencia do inquérito aberto à empresa nos Estados Unidos e no Reino Unido ao abrigo da legislação contra corrupção e o branqueamento de capitais.
O CIJI lembra que em 2017, juntamente com os seus parceiros na imprensa no âmbito das investigação Paradise papers, revelou que Glencore concederá um empréstimo de 45 milhões de dólares a uma empresa controlada por um empresário que não negociava um acordo dew exploração mineira com responsáveis da RDC” e que esse empresário, o milionário israelita Daniel Gertle, promoveu laços de proximidade com políticos congoleses.
Na sequência desta revelação, o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos da America sancionou o empresário por ter “acumulado a sua fortuna em centenas de milhões de dólares em negócios opacos e corruptos em petróleo e mineração”, segundo termos usados pela administração norte-americana.
Em julho de 2918, o Departamento de Justiça dos Estados Unidos notificou a Glencore por eventuais violações de legislação sobre praticas corruptas no exterior a proposito das operações da empresa na Nigéria, Venezuela e RDC. E que em dezembro de 2019 o gabinete do Reino Unido que investiga fraude e actos de corrupção graves abriu um inquérito por “ suspeita de suborno na condução de negócios por parte de empresas, representantes,empregados,agentes e pessoas associadas a firma, nas palavras do próprio SFO.
Para o Departamento do Tesouro dos Estados Unidos, Gertle “usou a sua amizade com o Presidente da RDC, Joseph Kabila, para agir como intermediário na a venda de activos na RDC alegadamente perdeu 1.36 bilhões de dólares em receitas por desvalorizar o preço de activos minerais que foram vendidos a empresa offshore ligadas a Gertle.
A empresa sempre negou que a sua presença na RDC se devia a acordo com Daniel Gertle, mas que acabou por fazer negócios com ele quando ambos adquiriram posições em alguns activos minerais do país. Diz ainda o jornal que posteriormente a empresa prescindiu de Gertle nesses projectos.
Em 2018, após um concurso aberto pela Sonangol para fornecimento de produtos refinados (1,2 milhões de toneladas de gasolina, 2,1 milhões de toneladas de diesel e 480 mil toneladas de diesel marinho), a Glencore substituiu a Trafigura, baseada en Singapura, no fornecimento de diesel e diesel marinho a Angola, na mesma ocasião em que a Total substituía a Trafigura no fornecimento de gasolina. Um contrato para um ano, no v alor de 3.430 milhões de euros.
Esta diminuição do papel da Trafiura em Angola, onde perdeu o seu monopólio, foi interpretada como mais um sinal da mudança na Sonangol promovida pelo Presidente João Lourenço, eleito um ano antes, e que teve o apogeu com afastamento de Isabel dos Santos, filha do anterior Presidente, José Eduardo dos Santos, da administração da empresa.
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