Num contexto em que se pretende conhecer e perceber as distorções da nossa economia e o melhor caminho para sair da crise que todos afecta, surpreende-nos uma entrevista integralmente mal-conduzida, que fora anunciada, tal como a respectiva designação indica, como “Grande Entrevista”.
Não é uma Grande Entrevista – por que não foi –, já que, no mínimo, os bons princípios jornalísticos apontam para doseada agressividade e protagonismo do entrevistador perante o entrevistado, ora não foi o que todos pudemos assistir. A entrevistadora não conseguiu conduzir a entrevista, não gerindo tempos nem tirando proveito da informação que o seu convidado lhe transmitia, fazendo interrupções inoportunas ou longos silêncios. Foi confrangedor vê-la aumentar o tom de voz, julgando assim impor as suas perguntas que surgiam a meio das respostas que o entrevistado tentava, a custo, concluir.
Além disso, qualquer jornalista que se preze investe no conhecimento prévio das matérias a abordar, preparando-se adequada e previamente para a entrevista a realizar, só assim estará habilitado a aprofundar, contrapor e até confrontar o entrevistado com outras informações, e não se resumindo apenas a questões de índole afirmativa e mal fundamentadas. Podem ser feitas todas as perguntas, no entanto, um profissional de jornalismo prima por sustentar as suas perguntas para que as correspondentes respostas contribuam para o esclarecimento e conhecimento do público.
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A comunicação eficaz não se compadece com discursos agressivos e posturas incorrectas, julgando tratar-se de competência, como assim procedeu a jornalista Sílvia Samara, que utiliza um discurso mal articulado, quer na escolha de vocabulário quer no tom de voz, e que se insurge não tolerando respostas menos objectivas, contrapondo, com evidente desconhecimento das matérias, e fazendo afirmações e perguntas personalizadas com cunho pernicioso e caluniador.
Por outo lado, que não se procure disseminar mensagens completamente descontextualizadas do pronunciado pelo entrevistado. É necessário visualizar a entrevista para compreender se foram e em que contexto as mesmas foram proferidas.
Ainda que o intento seja parte da agenda detractora, é preciso interpretar correctamente a mensagem do Governador do BNA ao pronunciar-se sobre o que que distancia os cidadãos do recurso aos bancos, ipsis verbis: “Temos preocupações em relação ao mercado informal. A primeira preocupação que temos em relação ao mercado informal, é com os cidadãos, os nossos concidadãos que se sentem quase que sem alternativas e têm que ir ao mercado informal. Nós aí ficamos muito preocupados. Muitas vezes sentem que não têm alternativas por não sermos capazes de transmitir a estas pessoas… (interrupção da entrevistadora) Primeiro temos o dever de defender os cidadãos. Nenhum cidadão devia ter essa necessidade de ir à rua. Muitas vezes vai por falta de informação, por isso é que disse que nós falhamos.”, pretendendo transmitir a opinião que os cidadãos têm dos bancos, que apresentam um acolhimento demasiado formal em detrimento simplicidade e praticidade no atendimento ao público, nos quais todos os cidadão deveriam ser bem-vindos.
A inegável postura de responsabilidade social, humildade, educação e cavalheirismo do entrevistado ao longo de toda a entrevista deveria de ter sido considerada e o mesmo deveria ter sido poupado à má-fé, enveredando pelo bom-senso. Se necessário, visualize-se novamente a entrevista, na qual o entrevistado, dotado de saber e experiência, claramente evidentes no que à sua actividade diz respeito, se pautou por uma postura educada e paciente, equilibrando a própria entrevista.
O Governador do BNA, José de Lima Massano, tem provado ser persistente nos desafios e pugna por um sistema financeiro estável. Este é o seu e o nosso caminho.
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