São varias informações que circulam através de diferentes meios de comunicação, dando conta do assassinato a tiro do inspetor-chefe Francisco Antônio Luamba, em vida comandante da esquadra da Boa Fé ocorrido por volta das 20 horas, no dia 29 de Junho.
O assassinato do Comandante Luamba não apenas chocou os seus parentes e colegas, mas quase toda população da sua zona de comando, que se dizem agora desprotegidos.
Durante a visita, na passada semana, na Boa-fé, o Comandante-Geral da Polícia Nacional, Comissário Paulo Gaspar de Almeida anunciou a detenção
Essa é uma missão ordenada, alguém terá ordenado a
sua execução. Nós não temos provas, mas acreditamos que entre os seus familiares, mulheres ou até mesmo colegas, estará o responsável pela sua morte”, atesta ao questionar “como ser possível que ele, o ex-companheiro, seja assassinado dias antes de ser elevado ao grau de intendente? De cinco elementos, tidos como supostos autores do crime. São eles: Pereira Benga, de 27 anos, melhor identificado por “Pereci”, mecânico de profissão e apontado como presumível autor dos disparos que vitimou o comandante Luamba,
Jorge Gomes Pedro, de 28 anos, também conhecido por “Saraiva”, pedreiro de profissão, Benedito Morais Nazário, ou simplesmente “Dabeleza”,24 anos, que exerce a profissão de marceneiro, Marcelo Nicolau, também conhecido por “Pausado”, barbeiro de 26 anos, e Eduardo Geraldo Zandu, de 53 anos, o enfermeiro da quadrilha – que, segundo soube o ‘O crime’, prestou assistência médica ao comparsa Saraiva que, na ocasião, havia sido alvejado pelo comparsa Pereci enquanto disparava contra o malogrado.
“São cinco jovens no total. Foi possível encontrá-los graças ao ferimento de um dos elementos do grupo, causado pelo próprio comparsa durante a resistência com o comandante”. Explicou na ocasião Paulo de Almeida.
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O comandante-geral da PN disse, também que, tal ferimento, para além de servir como uma pista para a detenção daquela associação de malfeitores, permitiu também a recuperação de alguns pertences da vítima que estavam em posse dos mesmos, como a farda e respectivos passadores e telefone. Foram ainda recuperados dos supostos
marginais duas armas de fogo, sendo uma do tipo AKM e outra Barack.
Num vídeo que “O Crime” teve acesso, é possível divisar que durante um interrogatório aos supostos marginais por agentes do Serviço de Investigação Criminal (SIC-Luanda), estes assumiram a autoria do crime, bem como acrescentam que Faustino Luamba, o ex-comandante da Boa-fé, não estava armado. Entretanto, esclarecem que a razão por que o alvejaram deveu-se ao facto de aquele ter mostrado resistência.
Os factos
Quanto ao que, de facto, terá ocorrido no fatídico dia 29 de Junho, são várias as
informações, que divergem umas com as outras. Aliás, enquanto a PN fez saber que o mesmo se encontrava em serviço de patrulhamento, já os seus parentes contrariam esta versão, afirmando à nossa equipa de reportagem que a vítima estava de regresso à casa, depois de mais um dia de trabalho.
E foi durante este o percurso, do trabalho para a casa, “que deparou-se com elementos armados que tentavam assaltar uma mulher indefesa na via pública”. Na sequência, o oficial terá intervindo e ferido, a tiro, um dos supostos assaltantes. Em resposta, contam os familiares, os supostos marginais efectuaram três disparos que atravessaram o abdómen do antigo comandante causando-lhe morte imediata.
Entretanto, para Ruth Francisco Dala Dange, a primeira das cinco viúvas de Faustino António Luamba, a morte do seu ex-marido não é, nem foi um mero acidente. Ela acredita que o ex-companheiro tenha sido vítima de uma “morte encomendada” por um dos colegas ou até mesmo de uma das rivais, com objectivo de o afastar do cargo que ocupava.
“Essa é uma missão ordenada, alguém terá ordenado a sua execução. Nós não temos provas, mas acreditamos que entre os seus familiares, mulheres ou até mesmo colegas, estará o responsável pela sua morte”, atesta ao questionar “como ser possível que ele, o ex-companheiro, seja assassinado dias antes de ser elevado ao grau de intendente?”.
Visivelmente condoída com a morte do seu companheiro de longa data, a viúva diz sentir uma dor enorme, como que se lhe haviam esfaqueado no peito. Por isso, desabafa que se dependesse dela, aqueles deveriam merecer igual destino. Agora com oito órfãos para sustentar sozinha, a senhora diz não saber como os vai sustentar na ausência do pai. “Estou frustrada”, resumiu.
Sublinhar que a nossa equipa de reportagem contactou, por via telefone, o responsável para a comunicação do Comando Geral da Polícia Nacional com o objectivo de apurar a informação que dá conta do patenteamento do Inspector- chefe para Intendente, Nestor Goubel disse não ser do seu conhecimento esta acção.
O responsável concluiu dizendo que apenas pode dizer que Faustino António Luamba foi um agente com 22 anos de serviço na corporação e morreu nas vestes de Comandante da Esquadra policial da Boa-Fé.
Falta de meios condiciona actuação da PNA.
Ainda durante a visita efectuada pelo comandante Geral naquela circunscrição, Paulo de Almeida admitiu haver alguns problemas no que diz respeito aos meios para uma melhor actuação das forças policiais. “Vamos corrigir e superar essas situações à medida que, também, resolveremos alguns problemas técnicos e faltas de materiais e meios que ainda enfermam a nossa Polícia”, prometeu. O comissário sabe que para acudir aquela zona uma só unidade não basta, bem como diz saber que o número de efectivos é bastante reduzido para atender de modo oportuno às aflições dos cidadãos daquela zona. “É como tudo. Quando se duplica pessoal e esquadra, estaremos a falar de recursos, mas todos nós sabemos como é que o país está e, por isso, estamos a trabalhar com algumas limitações”, explicou.
O grito de socorro dos moradores da Boa-Fé
Quanto aos moradores, dizem que a onde de criminalidade a que se assiste naquela zona é de tirar o fôlego. Contam que, já de um tempo para cá, quase ninguém consegue ter uma noite tranquila por conta das acções dos marginais. “Aqui o medo tomou conta de todos
nós. Principalmente as mulheres que, ao regressarem das suas batalhas diárias, têm sido as preferidas dos amigos do alheio. Elas são obrigadas a deixarem o mercado até o mais tardar 17 horas, pois se saírem depois disse horário, caem na emboscada”, disse um cidadão que preferiu o anonimato.
Por fim, referir que o Inspector-chefe Faustino António Luamba, deixa cinco viúvas e
23 órfãos, dos quais oito com a primeira mulher. O mesmo foi a enterrar no passado dia 3 de Julho, no cemitério da Santa Ana. O acto fúnebre contou com a presença do Ministro do Interior
da República de Angola, Eugénio César Laborinho, acompanhado pelos Secretários de Estado do Interior, Comandante-Geral da Polícia Nacional e por membros dos conselhos consultivo e superior do MININT e da Polícia Nacional.
O ministro Eugénio Laborinho prestou tributo ao oficial, tendo assinado o livro de condolências.
De acordo com a publicação feita na página oficial do MININT, nos últimos 3 anos a Polícia Nacional registou 130 casos em que seus agentes foram alvejados com disparos de armas de fogo, tendo resultado em 38 mortes e 92 feridos.
Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/XNkbPzhuz88
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