ANGOLA, novos ventos.
ANGOLA, país dos sonhos.
<<O que as futuras gerações dirão de nós?>>
"O cabrito come onde está amarrado".
Depois de 1975, todos os angolanos — crianças, mulheres, jovens e adultos — esperavam que o país se organizaria e que, finalmente, a nossa vida mudaria para melhor. Acreditávamos que Agostinho Neto tivesse um plano, uma visão e interesse patriótico de tirar Angola do lamaçal. Infelizmente, com a sua morte, quatro anos depois, partiu em milhares de pedaços a nossa esperança de seguirmos os outros países africanos que, tal como nós, tinham conseguido independência naquela década.
Em 1979, num toque de mágica, aparece o senhor José Eduardo dos Santos, ainda jovem e com o sangue a fervilhar. Estava disposto a governar Angola com todo o seu séquito de angolanos e estrangeiros.
Naquela altura, não era possível questionar acções de quem fosse que fosse, sob pena de ser extirpado da face da terra.
Chegou a guerrilha e a coisa esquentou. Até hoje, com os meus quase setenta anos de idade, não consigo entender o que nos levou ao derramamento de tanto sangue. Perdi a minha família inteira nesse processo todo de tentativa de unificação e pacificação de Angola.
Perdi dois filhos enquanto tentava fugir de Menongue para Rivungo, perdi o tio Kalonuco na Mavinga e a tia Quina no Cuchi, municípios de Kuando Kugango. Tudo isso para quê? Mandamos nossos filhos para a guerra, e muitos deles não voltaram. Katchiquengue, meu primogénito, também não voltou.
Enviámo-los para a batalha porque acreditávamos em dias melhores. Almejávamos um país dos sonhos, país de seres humanos comprometidos com o sorriso do próximo.
Quando a guerra terminou, já em 2002, a esperança de dias frutíferos tinha renascido. Voltamos às nossas lavras, enterramos pacificamente os nossos mortos e arregaçámos as mangas para continuar a organizar o país.
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EDUCAÇÃO, SAÚDE, HABITAÇÃO E VIAS DE ACESSO (ESTRADAS) seriam as prioridades para aquele momento. Isto aconteceu. Porém, com todas as lágrimas nos olhos, o investimento nesses sectores foi de menor qualidade. A última das últimas qualidades. Eles diziam que "o cabrito come onde está amarrado". Por conseguinte, no entendimento deles, isto lhes dava o direito de saquear tudo o que vissem e pudessem.
Os da oposição sempre admiraram a nossa coragem, nós como militantes do partido no poder, de apoiar os nossos líderes mesmo em tempos difíceis. Na verdade, nós também nos questionávamos sobre a nossa escolha. O facto é que nós sabíamos que o MPLA é o único partido que levaria Angola num porto seguro. Por isso, tínhamos fé de que o triunfo viria cedo ou tarde. Apesar das atrocidades de muitos líderes da Administração do Pr. José Eduardo dos Santos, nós tínhamos uma tocha de luz que nos dizia "esperem só mais um pouquinho ".
Entre esperanças e lutas para a construção de um país melhor, descobrimos que, afinal, os nossos líderes não estavam a construir impérios cá em Angola. Eles transportaram toda a nossa riqueza para os outros países. Levaram tudo. Levaram o ouro, o diamante, a madeira, o petróleo, o peixe... Levaram com eles o sonho de uma Angola digna de nela se viver. Pisaram na nossa história, nas nossas perdas, na nossa já febril caminhada nessa terra. Não tiveram piedade dos angolanos. Não foram patrióticos. Feriram cada um dos cidadãos da nossa Angola. Sou do MPLA e reconheço isto.
COMO NADA É ETERNO, e parece que o sofrimento também não é eterno, em 2017 Deus abriu a janela do Céu para os angolanos, ao ter permitido que houvesse eleições e os saqueadores fossem afastados da gestão do país. Mais do que gerir, estavam a ingerir o dinheiro do povo. Uma família, um punhado de amigos e cúmplices. Estes foram os responsáveis pela pior fase do povo angolano. São os responsáveis pela fome que assola o Curoca— Cunene, responsáveis pela malária, mortalidade infantil e a educação que ainda não tem pernas para andar. Em 42 anos de governação, tudo o que eles conseguiram fazer é mandar construir estruturas descartáveis e roubar tudo o que passasse pelo seu nariz.
FELIZMENTE, em 2017 aparece o Presidente dos Presidentes, o senhor João Manuel Gonçalves Lourenço. Não esperávamos que ele fosse trabalhar com tanto dinamismo conforme vem fazendo há três anos. Nunca sonhamos que depois da Governação de JES um dia fôssemos ter um Salvador tão patriótico quanto o camarada Presidente JLO. Ele nos incentiva a fazermos cada vez melhor por Angola.
No Cuchi, onde vivo desde o fim da guerra, somos aproximadamente 43 mil habitantes. 18 anos de paz depois, só este ano, 2020, com a política do PIIM (Plano Integrado de Intervenção aos Municípios), terá os seus caminhos terraplanados, energia, água, habitação de verdade, postos de saúde, escolas e outros bens que alguns não conseguiram nos dar em várias décadas de governação.
Por outro lado, o Presidente João Lourenço é o único que se preocupa e combate mesmo a corrupção; é com ele que a liberdade de imprensa se faz sentir; é com ele que a vida dos Trabalhadores públicos e privados vai conhecendo melhorias; é com ele que os jovens vão tendo mais empregos e, sobretudo, é com ele que podemos sonhar com um sistema de Educação melhor, um sistema de Saúde invejável. Em pouco tempo, provou-nos que pessoas honestas existem.
No Cuchi, o escoamento de produtos já é uma realidade. A nossa couve chega a Luanda, a nossa batata, o nosso tomate, o nosso milho, tudo. Os carros afluem às nossas lavras para carregar produtos, em direcção a Luanda. Há alguns anos, essa realidade era apenas um sonho. Temos cooperativas agrícolas, constituímos empresas, graças às boas políticas do nosso Presidente. "Dar agricultura é dar vida ao povo".
Hoje em dia, acreditamos num futuro melhor para os nossos netos, nossos filhos, sobrinhos, irmãos, vizinhos, porque notamos os esforços do nosso Presidente. Se a carruagem continuar conforme vem andando, Angola sairá definitivamente do lamaçal em que foi colocado no tempo da ganância.
Estamos todos os dias a mobilizar as pessoas para fazermos o melhor pelo nosso país porque, certamente, todos nós merecemos esta chance.
A terminar, parece-me lógico encorajar o Senhor Presidente João Lourenço a nunca pensar em desistir, pois, do fundo do coração, Angola precisa de si, a SADC precisa de si, o mundo precisa que o Senhor apresente uma Angola limpa, sem corrupção, sem violência, sem miséria, sem doenças.
Por: Sapalo Miguel, antigo combatente, e militante do MPLA no Cuchi
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https://youtu.be/_3i5MmE_Obk
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