A pouca vergonha na governação da província rica em diamantes

Ernesto Muangala é a pouca vergonha na governação de uma província rica em diamantes, mas população vive na miséria” – diz soba no Lukapa

“Tornemos a Lunda-Norte mais brilhante do que os diamantes”, foram as palavras mais sonantes de Ernesto Muangala, a quando da sua apresentação há 12 anos, como Governador da Província da Lunda-Norte, uma região do leste de Angola muito rica em diamantes.

Desde o ano de 2008, altura em que foi nomeado para dirigir os destinos do povo da Lunda-Norte, pelo então Presidente da República, José Eduardo dos Santos, o inquilino do Palácio do Dundo, sente-se confortável no seu cadeirão e pouco ou nada faz para “tornar a Lunda-Norte mais brilhante do que os diamantes”, conforme prometera há mais de uma década ao povo da Lunda.

O princípio de que tornaria a Lunda-Norte “mais brilhante do que os diamantes” foi efusivamente “proclamado” durante a campanha eleitoral das Eleições Legislativas de 2008, que na província da Lunda-Norte, o MPLA fez eleger os cinco deputados reservados para o círculo provincial.

A população local clama por quase tudo, desde a falta de emprego, água potável, energia eléctrica, centros de saúde, saneamento básico e outras necessidade básicas. Para os habitantes do interior da província da Lunda-Norte, “o que mais se assiste nesta região do país, são as violações dos direitos humanos”.

Os populares lembram que, “as torturas e assassinatos de civis nas zonas de exploração de diamantes foram intensificadas neste consulado de Ernesto Muangala” e afirmam mesmo que “não se notam acções práticas da parte do titular da província com vista a se pôr fim às mortes de garimpeiros”.

“As empresas que exploram os diamantes nas Lundas são todas deles, de generais, comandantes da polícia e governantes, por isso é que assassinam pessoas e ninguém é responsabilizado”, disse um dos sobas no município de Lukapa, para quem “é uma pouca vergonha na governação de uma província tão rica em diamante, mas a sua população vive na pobreza e miséria”.

Em Cafunfo, segundo os moradores, nestes 12 anos de governação, Ernesto Muangala tem visitado o sector diamantífero, mas usando sempre uma “estrada privatizada” pela empresa Sociedade Mineira do Cuango, onde nenhum popular “atreva-se” lá passar sob o risco de perder a vida pelos agentes de segurança que protegem as minas de diamantes.

A mesma via que liga a sede do município do Cuango ao Cafunfo encontra-se em boas condições ao ponto de a população local ter apelidado de “estrada dos governantes”, onde o povo “está proibido de circular”.

A estrada usada pela maioria da população está completamente esburacada, uma degradação que já dura há décadas sob o olhar “silencioso” de quem governa. Para quem lá passa quase sempre, enfrenta um calvário autêntico, situação que se agrava em épocas de chuvas.

Não pode haver em Angola estrada dos privilegiados esquecendo assim a população sofredora. No dia 17 de Julho de corrente ano, o Governador Ernesto Muangala visitou a Vila de Cafunfo e para chegar ao sector teve de usar a “estrada privatizada” porque a via principal percorrida pela população “está completamente degradada” conforme a imagem apresenta.

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Muangala esteve em Cafunfo onde inaugurou a Comarca Municipal do Cuango e procedeu ao lançamento da primeira pedra para a construção de um instituto de Medicina, a ser erguido no bairro Mukenene actual Gika Ngonga Babi.

Nestes 12 anos do seu consulado, Ernesto Muangala nas suas visitas a Cafunfo e Luremo, nunca atravessou pela ponte contentorizada sobre o rio Candaji tão pouco visitou a aldeia da Rainha-Muana Cafunfo.

Os habitantes desta região de Angola lamentam que, ao contrário de outras partes do país, o município do Cuango parece pior do que na época do colono branco e afirmam não entender a “inércia” do Governador da Lunda-Norte, que não consegue reabilitar a estrada nacional que liga o Cuango, passando pelo Cafunfo, Luremo até à fronteira com a República Democrática do Congo (RDC).

Para a população, qualquer projecto que se pense para o município do Cuango, a primazia deve ser dada à reabilitação da principal estrada com vista a facilitar a circulação de pessoas e bens.

Os populares do município do Cuango acusam a empresa que explora diamantes há vários anos de ser responsável pela degradação da estrada nacional, que une a sede do município do Cuango à comuna de Luremo.

As placas de proibição são claras: “Acesso limitado”. Ninguém da população pode lá passar sob pena de ser assassinado pelos seguranças, lamentou um dos camponeses.

A população considera “estranho o comportamento” do governador em não aceitar circular na estrada principal que “clama” por reabilitação, preferindo a “via privada”. “É muito estranho um governador como Ernesto Muangala não utiliza a via nacional para se informar das dificuldades que esta população enfrenta”, disse André Muapassa.

Para o cidadão, “graça a essa população que correu com o antigo governador Gomes Maiato, para que ele (Ernesto Muangala) fosse nomeado como Regedor, mas entendo que falta-lhe coerência”.

“Se em todas suas missões ao Cafunfo e Luremo, circulasse pela estrada nacional, tanto como Governador assim como 1º Secretário Provincial do MPLA, na Lunda-Norte, de certeza que a via já estaria reabilitada”, referiu o munícipe, para quem “não optar sempre pela via dos garimpeiros adaptada pela empresa Sociedade Mineira do Cuango”.

A problemática das vias de acesso não se limita apenas às zonas do Cuango e Cafunfo, pois o cenário é enfrentando há décadas pelos munícipes de Capenda Camulemba, Luremo, Xá-Muteba, Cambulo e Caungula.

O Decreto

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