A odisseia dos dinheiros de Angola – Revelações do “grande esquema” que desgraçou Angola

De acordo com uma investigação levada a cabo pela Organized Crime and Corruption Reporting Project (OCCRP), um consórcio de jornalismo constituído por centros de investigação em vários continentes, a melhor forma de tirar dinheiro de Angola e camuflá-lo é abrir um banco. É assim que a elite angolana de “gatunos” criou uma rede privada de bancos para transferir as suas fortunas para a União Europeia.

A investigação da OCCRP, publicada pelo Expresso e que aqui se retoma por partes, revela que um grupo de destacados responsáveis do Governo de Angola e banqueiros canalizou centenas de milhões de dólares para fora do país com reduzida supervisão, criando a sua própria rede privativa de bancos através dos quais transferiu o dinheiro para Portugal e outros países da União Europeia.
Através dos seus bancos, a rede canalizou pelo menos 324 milhões de dólares, a maioria dos quais teve origem em Angola. Outros 257 milhões de dólares foram encontrados na posse de empresas europeias com ligações próximas a estes destacados responsáveis.

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O esquema foi documentado em 2016 pelo Banco de Portugal em dois relatórios de auditoria que não tinham ainda sido tornados públicos. Nestes relatórios, os bancos que o grupo criou e usou foram descritos como tendo violado dezenas de normas bancárias. As conclusões dos auditores, que sinalizaram como altamente suspeitos, os milhões pertencentes ao grupo, foram levados ao conhecimento das autoridades portuguesas e da União Europeia, mas a rede continua a funcionar até hoje.

“A liderança em Portugal não foi sensível aos danos de longo prazo que a lavagem deste dinheiro causaria ao país”, disse Ana Gomes, antiga deputada portuguesa no Parlamento Europeu. Além de prejudicar a reputação de Portugal, esta rede continua a corromper o país, acrescentou.

Ana Gomes disse ao OCCRP que o funcionamento desta estrutura implica uma “crescente rede de corrupção e evasão fiscal montada por muitos advogados, banqueiros, contabilistas, consultores, homens de negócios, funcionários públicos e políticos portugueses”.

O esquema tem implicações ainda mais dramáticas para Angola. Perto de metade da população deste país no sul de África vive na pobreza. Parte do dinheiro que desapareceu nesta rede poderia ter sido investido em infraestruturas, educação ou serviços de saúde.

Dois homens que trabalharam de perto com o antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, que abandonou o poder em 2017 debaixo de uma série de alegações de corrupção, aparentam ser os arquitetos do sistema: o antigo vice-Presidente Manuel Vicente e o seu parceiro de negócios Leopoldino Fragoso do Nascimento, mais conhecido como Dino. Antigo general e ex-chefe das comunicações presidenciais, Dino é uma das pessoas mais ricas de Angola.

O OCCRP contactou o general Dino e a Presidência angolana, mas não obteve respostas. Tentou também contactar Manuel Vicente, sem sucesso.

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