UM CONFLITO DIPLOMÁTICO E RELIGIOSO EM ASCENSÃO
Não páram de achincalhar e ridicularizar as reportagens sobre o assunto feitas pelo órgão público de informação. Obviamente que têm razões suficientes para fazer alguma reclamação. Houve de facto e de juri alguma falta de rigor nas peças jornalísticas sobre os conflitos entre pastores angolanos e brasileiros desta congregação religiosa. Sobre este particular importa apontar alguns pontos para os "is" que terão faltado nas peças jornalísticas:
1. Contraditório proporcional;
2. Isenção na abordagem;
3. Imparcialidade e rigor no tratamento da matéria.
São estes alguns dos muitos aspectos que pecaram na abordagem jornalística da televisão pública sobre o assunto. Todavia, isto não dá o direito da IURD aproveitar-se do seu tempo de antena, comprado a alguns órgãos de comunicação social privados para destratar, desacreditar, ofender e achincalhar a TV pública tão pouco o jornalista Cabingano Manuel uma vez que tem o "Direito de Resposta e de Reclamação à sua disposição para usar, caso se sinta ofendida. Desta forma, teria a oportunidade de esclarecer a opinião pública sobre a verdadeira "verdade" dos factos.
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Sobre o assunto, duas questões se podem levantar para a IURD:
1. Porquê a direcção da IURD não solicita o Direito de Resposta plasmado na Lei de Imprensa (Lei 1/17 de 23 de Janeiro)?
2. Porque razão foge a IURD a abordagem dos verdadeiros assuntos que originaram tais problemas internos na igreja?
O assunto é religioso, mas que poderá ter contornos políticos e diplomáticos uma vez que até já se apela a intervenção de deputados brasileiros ( fala-se da vinda de uma delegação para Angola) e do mais alto mandatário da nação angolana. Pediu-se a intervenção de João Lourenço.
As denúncias dos pastores angolanos contra a direcção da Igreja Universal são muito graves e devem merecer uma intervenção mais profunda da PGR sem se olhar para os interesses particulares tanto de
um lado como do outro.
Por outro lado, deve a Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana intervir para que a guerra na mídia não tome outros contornos. Uma vez que a IURD faz o uso abusivo do seu tempo de antena para acusar e destratar não apenas os jornalistas, mas também os pastores dissidentes que não têm a oportunidade de oportunamente se defenderem.
O que a IURD tem feito no tempo comprado nalguns órgãos de informação é bastante tóxico e reprovável que em nada abonam a liberdade de expressão e de imprensa. Fomenta o ódio, a guerra, a xenofobia e tantos outros males. Pois, apenas abordam o assunto numa única perspectiva tentando lavar a sua imagem da pior forma possível.
Portanto, por uma questão de solidariedade institucional e de respeito à etica e a deontologia profissional os órgãos de comunicação social onde a IURD comprou tempo de antena devem informar ao seu "cliente" sobre a necessidade de usar o tempo útil antena para os fins previstos no acordo e não para guerrear e amaldiçoar as pessoas pondo em causa a paz e a tranquilidade espiritual dos seus fiéis.
Na abordagem deste assunto sente-se claramente a ausência do Ministério da Cultura, Turismo e Ambiente, da PGR e da ERCA. É preocupante a leveza com que se está a tratar o assunto que agora mais se parece um problema entre a TPA e a IURD e não uma denúncia de xenofobia flagrante, descriminação patriótica, branqueamento de capital e tantos outros possiveis crimes puníveis pela lei angolana e civilmente condenáveis.
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