Pick Ngudiakage não entende como os ativistas sociais estão lutar em si, em vez de lutarem contra o seu inimigo comum

CARTA ABERTA

Caros irmãos panafrikanistas e caros irmãos Activistas dos direitos cívicos. Antes de tudo, vos saúdo com elevado volume de respeitabilidade, e espero que estejamos todos alinhados na positiva energia vibracional do nosso último ancestral em comum.

Irmãos, a luta de um (panafrikanista) é a extensão da luta do outro (ativista). Mais do que isso é importante sabermos que nosso inimigo é o mesmo. Então esta guerra entre nós (Pan versus revús) está a beneficiar o nosso inimigo em comum e está a entristecer o nosso último ancestral em comum. Quer do ponto de vista unilateral como do ponto de vista bilateral.

Então, por favor vamos parar com esta guerra e criar mecanismos para avançarmos no contexto das nossas diferenças. Não podemos dar motivos ao nosso inimigo em comum de RIR NA NOSSA CARA. Não podemos dar motivos para nos chamarem de ingénuos e outras cenas mais.

Não existe quem fez mais, nem quem fez menos e isso não diminuir a luta de ninguém. Temos que perceber que depois de vários anos percorridos onde de forma exaustiva nos batemos no chão para mudar este sistema de coisa que assola o país e o continente, apesar de tudo a situação não melhorou na dimensão que se pretendia. Pessoas continuam a passar fome. Eu (e não sou o único) continuo a receber SMS de chefes de famílias pedindo ajuda alimentar, nesse momento de pandemia porque seus rendimentos foram cortados, a maioria é funcionário do sector de educação privada e estão a mais de dois meses sem rendimento. Famílias estão a se destruir (casais se separando) porque a fome hoje é muito mais gritante e nós defensores de direitos cívicos e direitos culturais estamos a lutar entre nós? ISSO TÁ MEMU A ACONTECER, PORRA ME DIGAM AINDA?

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Mas me digam só: o que é mais importante neste momento, o ego de cada um que sustenta uma guerra entre nós ou uma solução para nossos irmãos que padecem nesta fase da pandemia?
Qual é o objetivo de nossas lutas, é libertar o país das amarras em que se encontra na esfera social, político, espiritual e cultural, ou gastarmos energias para nos combatermos mutuamente? Qual é a vantagem de estarmos assim divididos um com o outro nesse momento? Qual é necessidade de estarmos desavindos um com o outro quando podíamos estar encontrados um com o outro e juntos encontrarmos soluções para ajudar o nosso próximo?

Temos famílias na cerca sanitária do Hoje Ya Henda a passarem fome. Já que temos muita energia para lutar entre nós, num devíamos mbora gastar essa energia para fazer uma campanha de solidariedade e recolha de donativos para beneficiar essas 3 mil famílias? Não acham que seria bem melhor, se mais uma vez pudéssemos sacrificar o EU  e beneficiar o NÓS. O NÓS povo sofrido de Angola que lhe é rejeitado escola de educação panafrikana. O NÓS povo sofrido de Angola que lhe é rejeitado uma vida digna. O NÓS povo sofrido de Angola que vê diante de seus olhos os seus defensores se matando nas ruas do FACEBOOK.
Será que já pensamos como está o nosso povo nesse momento de luta entre nós? Será que já calculamos o nível de desesperança de quem vê em nós a solução para seus problemas?

Neste momento o nosso povo tá sofrer duas vezes. Primeiro porque não tem rendimentos e estão a passar necessidades. Segundo porque seus salvadores estão a se flagelar nos mais diversos becos, esquinas e ruas deste imenso, mas pequeno Facebook. Porra é pra isso que nos comprometemos lutar?

 Será que é pra isso que abraçamos esta luta? Será que abraçamos esta luta para desenvolver talento de transformar uma gota de vento em um oceano de tempestade e que está a ser capaz de ofuscar nossa visão? Me digam ainda eu quero memu entender: quem sai a ganhar no final do dia? Quem tira vantagem desta guerra no final do dia? Será que não conseguimos perceber que o revú é uma extensão do panafrikanista e vice versa? Será que ainda estamos longe de perceber que a luta de um se completa na luta do outro? Será que somos tão intelectualmente indolentes para perceber que somos dois batalhões do mesmo exército? Porra vamos parar com isso meu. Se ainda há em nós o mesmo sentimento/compromisso pela causa que defendemos, então em nome desta compromisso vamos parar com esta cena e caminharmos juntos para cumprirmos nossa missão conjunta. Não podemos desrespeitar os protocolos da luta revolucionária nem os protocolos da luta panafrikana. Meus irmãos ou somos lutadores da liberdade ou somos aventureiros e neste momento estamos mais para aventureiros porque não queremos perceber que o maior beneficiário numa luta não é quem luta. Mas aquele por quem se luta e este é o povo. Então se a guerra entre nós não trouxer benefícios para o povo, esta não faz sentido nenhum.

Não podemos imitar a parvoíce dos nossos kotas que em 1975  desrespeitaram os acordos de Mombasa, Alvor e Nakuro em nome das diferenças e hoje o país tá fodido.

Nós estamos a beira de repetir o mesmo erro. Estamos a violar os protocolos de nossas lutas em nome do egoísmo. Estamos a lutar connosco mesmo. Por favor manos vamos parar. É chegado o momento de recuperação do foco de nossas lutas.

Costumo a dizer o seguinte: se o ontem não me ensinou nada útil para usar hoje, então de nada adiantou o tempo ter passado.

Vamos acabar com isso nós somos milho do mesmo sapupu.

Despeço-me com estima e elevada consideração

Por: Pick  Ngudiakage

Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/xUy8fF8AO1w

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