Miguel José Bungo, 21 anos, foi detido há dias pelo Serviço de Investigação Criminal no Bengo, por ter mantido relações sexuais com a irmã, menor de 14 anos, chegando ao ponto de engravidá-la.
Alfredo Bungo, irmão de Miguel Bungo, disse ao Jornal de Angola que a relação íntima entre os dois irmãos vinha decorrendo há muito, sem que os familiares dessem conta.
A família, composta por pai e cinco irmãos, vive na comuna do Panguila, província do Bengo. O acusado dormia num quarto, com os irmãos.
Segundo Alfredo Bungo, as relações sexuais eram consensuais e mantidas de forma frequente, quando os outros irmãos se ausentavam.
O caso, acrescentou Alfredo Bungo, foi descoberto pela irmã mais velha, que notou mudanças nas características da menor grávida, que, depois de ser castigada, acabou por confessar.
A notícia surpreendeu o progenitor, que disse, entristecido, que jamais imaginou que uma situação do género pudesse acontecer entre os seus filhos.
Durante uma reunião de esclarecimento, o acusado assumiu, de forma espontânea, a autoria da gravidez, uma situação que deixou o pai enfurecido, ao ponto de esbofetear Miguel Bungo, levando-o depois a uma esquadra do Panguila, por, segundo o irmão Alfredo Bungo, a acção constituir crime e envergonhar a família.
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"A gravidez já leva quatro meses e os sinais são visíveis. A menor começou, há dias, com as consultas pré-natais, numa das unidades sanitárias do Bengo", disse Alfredo Bungo.
O director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa da Delegação do Ministério do Interior no Bengo, inspector-chefe Gaspar Luís, confirmou a detenção e frisou que o acto constitui crime, pelo que o acusado já foi apresentado ao Ministério Público.
Explicou que Miguel Bungo vai continuar detido enquanto decorem os trâmites legais, para ser julgado pelo Tribunal Provincial do Bengo.
Gaspar Luís disse que o acusado mostrou-se arrependido por ter cometido o crime que deixou a família em estado de choque.
Especialistas defendem reforço da socialização
O sociólogo José Sango disse tratar-se de um incesto, uma relação sexual ilegal entre pessoas com o mesmo laço sanguíneo. “Trata-se de um comportamento desviante, que não vai de acordo com as normas sociais”.
Admitiu a possibilidade de, em 100 famílias, actos do género poderem ocorrer em duas, devido ao facto de as pessoas estarem confinadas, devido à pandemia da Covid-19.
José Sango defende maior reforço na socialização primária dos membros da família, com valores úteis que possam ajudar na redução de casos do género.
Frisou que os agentes da socialização, como as famílias, escolas e igrejas podem ajudar a fazer com que se ultrapassem questões do género.
O psicólogo Fernandes Manuel reprovou a atitude dos jovens e afirmou que relações do género podem ter efeitos biológicos negativos para a criança.
“A criança pode nascer com problemas orgânicos, que podem afectar o cérebro e a consciência” .
Fernandes Manuel acrescentou que relações entre irmãos afectam psicologicamente os pais e as pessoas à sua volta, assim como as relações inter-pessoais.
De recordar que, no ano passado, um cidadão, identificado, foi detido, em Viana, por manter relações sexuais com duas filhas, uma das quais ficou grávida.
O acusado aguarda por julgamento, no Tribunal Provincial de Luanda.
Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link
https://youtu.be/Y6cCJtw1KJc
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