Rwanda anunciou, ontem, ter pedido a dois diplomatas belgas que deixem o país, acusando-os de organizarem uma comemoração do genocídio, que ocorreu em 1994, um dia antes de começar o luto nacional e sem informarem as autoridades.
Num comunicado a que a Associeted Press teve acesso, o Governo do Rwanda afirmou que os diplomatas organizaram a festa a 6 Abril. O genocídio no Rwanda, que matou mais de 800 mil tutsis e hutus moderados que tentaram protegêlos, teve início a 7 de Abril de 1994.
Os diplomatas assinalavam a morte dos 10 soldados de manutenção da paz belgas que foram mortos a 7 de Abril de 1994, enquanto tentavam proteger o Primeiro-Ministro rwandês Agathe Uwilingi- yimana, morto no mesmo dia. A Embaixada belga não se pronunciou até agora sobre o assunto.
A 6 de Abril completaram-se 26 anos desde que o avião do Presidente Juvenal Habyarimana foi abatido sobre a capital, Kigali, precipitando o genocídio.
O calendário das comemorações é altamente sensível para o Governo do Rwanda, uma vez que alguns autores ou apoiantes do genocídio alegam que um genocídio contra os hutus começou no dia em que o avião foi abatido.
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Alguns dos principais actos que marcam as cerimónias de comemoração, como a descida da bandeira nacional, que fica a meia haste, estão previstos na Lei e, por isso, “não podem ser feitos sem seguirem os procedimentos correctos”, disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros do Rwanda.
“O Governo do Rwanda protestou junto do Governo da Bélgica, que decidiu chamar os dois diplomatas”, acrescentou na nota.
Naphtal Ahishakiye, secretário executivo da organização dos sobreviventes do genocídio, a Ibuka, disse à agência de notícias AP que os diplomatas belgas enganaram-se ao realizar uma comemoração nesse dia, antes do início do massacre.
“Como podem eles começar a comemorar algo que não aconteceu?”, perguntou um sobrevivente do genocídio, Emmanuel Ingabire. “Os diplomatas estão a ser arrogantes”, afirmou.
Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/WBAI5oCUd3Q
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