AS BOLSAS DE ARTE NAS RUAS

BENGUELA – 2022 – CIDADE DA CULTURA

DEIXEM OS SONHOS DOS ANGOLANOS VOAREM

Benguela, desde a sua criação que mantém o seu carácter cosmopolita, com as comunidades de vários cantos do país e de outras latitudes, que a povoaram e que trouxeram os seus hábitos e costumes, a fazerem a sua história. Benguela é vibrante, com algumas contradições que fazem dela uma cidade cheia de vida.

Os vestígios da história foram, de certo modo, destruídos e outros esquecidos.

A título de exemplo: o B.B.B. – Bairro Benfica de Benguela era uma das maiores referências da cidade de Benguela, um local muito concorrido, rico como era de personagens da História do País. Muitos dos que contribuíram para a construção da Nação angolana, poetas, músicos, futebolistas, políticos e revolucionários, vieram de lá.

Hoje, por causa das desatenções, falta de visão de Estado e de cultura de vários governantes, num passeio pelas cidades capitais da província de Benguela, o visitante já não tem nos centros nem nos arredores pontos de interesses históricos e turísticos. Não se consegue um espaço imenso onde se pode fazer um piquenique sobre a relva bem cuidada e onde, nas suas brincadeiras, as crianças dão largas à imaginação.

Actualmente, a arte vive um momento de profunda recessão com os artistas a explorarem outras áreas de trabalho. Já não existem lugares para exposições, que anteriormente eram organizadas ao longo do ano. O núcleo de arte já não tem o espírito de oficina de arte e de espaço expositivo. Mas, pouco menos de cinco anos, alguns espaços foram fechados, como é o caso do armazém-Museu de Antropologia que, anualmente, além dos encontros com jovens escritores, organizava-se exposições de todas as expressões artísticas, pinturas, esculturas, fotografias, visitas de estudo, traçando a agenda cultural de Benguela. Porém, Benguela era uma cidade que oferecia um vasto leque de actividades, instalações, e espaços para a prática de diversas disciplinas: natação, tênis, dança, música, artes marciais, corridas de automóveis, motorizadas, motas, bicicletas, atletismo, muitas equipas de futebol e de basquetebol, andebol, hóquei… além disso, sendo uma cidade à beira mar, oferecia tudo para desportos aquáticos. E, para desligar-se do stress, o melhor era ouvir boa música, tomar um cocktail, um bom copo de vinho, um whisk ou uma cerveja e comer um snack ou um prato mais requintado. Benguela oferecia tudo isto e aos fins de semana, sobretudo, às noites, os restaurantes, hotéis, bares, dancing com música ao vivo. Em Benguela, mais concretamente na Baía-Azul, com a construção da Mansão Maria Máxima Boavida, criou-se o complexo Rasgado’s Jazz Club, com explanadas e um restaurante para o jazz ao vivo, museu a céu aberto e fechado e um panteão privado. Todavia, Benguela por força dos acontecimentos tornou-se a capital do jazz, onde são realizados, durante todo ano, os maiores festivais internacionais de jazz, cancelados previamente por causa da pandemia Coronavírus – Covid-19.

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“Angola e particularmente Benguela se quiser ter um desenvolvimento sustentado, crescimento e unidade tem que rever a sua história e a sua cultura. Não há desenvolvimento sem cultura”
É imperioso, muito urgente a implementação de um projecto especializado de formação e de criação artística e técnica, envolvendo os imóveis existentes para o efeito, nomeadamente a Aliança Francesa, o espaço do Cabo Submarino, incendiado, até hoje sem resultado final das investigações (construção da casa da Cultura ou das artes dispondo de vários serviços, incluindo o Ministério da Cultura; salas de aulas de dança - nacionais e clássica, teatro, salas para realização de exposições, workshops,
auditórios para espectáculos, um café cultura), passando pelas artérias de Benguela.

Os espaços nas artérias de Benguela estão localizados, para assentamento das bolsas culturais para aulas de dança, teatro, fotografia, capoeira, desenho, pintura e artesanato, mas também para realização de exposições de rua. As paredes vazias ao longo das respectivas artérias podem ser utilizadas para pinturas e graffitis alusivas a história da escravatura, figuras históricas, políticos consensuais e músicos notáveis. Temos numa primeira fase a rua da Praia Morena (Avª Cerveira Pereira), com relevância para a área onde estão instalados os Rastas, Porta-Aviões, o jardim ao lado,  o espaço em frente ao palácio, para a prática de ginástica e capoeira, o largo d’Africa, o jardim da juventude, o parque de tênis, o bar Ferreira, o largo da peça, o largo do Palanca Bar, a vala requalificada do Coringe e o Dchoy-Parque multiusos, em conclusão, a frente do pavilhão multiusos das Acácias Rubras.

Estabelecer uma parceria com a Madeira Brava de Paulo Peixoto, empresa de valor reconhecido para construção de bancadas, cadeiras, placards, telas e quiosques para protecção da arte dos criadores, mediante pagamento por prestações com a garantia do Governo de Benguela e apoio de empresários.

Seria de bom tom, apôs o fim do regime de calamidade da pandemia coronavírus – Covid-19, estabilidade instalada, implementar, como medida obrigatória, em todos os hotéis, restaurantes, dancing e bares do nível A, a actividade cultural- música, teatro, dança e declamação de poesia, tudo ao vivo, como forma de dar trabalho aos criadores de arte e garantir maior qualidade a cultura angolana e não só.
Onde está a lei do mecenato e a sua aplicação? Onde está o desporto escolar e o porquê da sua não implementação? Onde estão as trocas de experiências inter-escolares, municipais, inter-provinciais, as colônias balneares? Os acampamentos escolares? Que tal transformar o ciclo velho, ex-escola Cerveira Pereira, em escola de arte e ofícios, tal como a escola Paulo Teixeira Jorge, ex-liga.

O professor é uma figura chave na educação do aluno, por conseguinte, tem que ter dignidade. Cada um no seu lugar, nada de misturas – professor é professor e aluno é aluno!
Por uma educação de qualidade, sem populismo e sem demagogia.

Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/f6HkxQnnqfk

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