Agentes da Polícia obrigam Jovem do Lar Arnaldo Janssen a fazer flexões “até morrer”

O caso teve lugar na manhã de quarta-feira, 17, por volta das 09 horas, quando João de Assunção Eliseu, de 20 anos de idade, membro da comunidade Arnaldo Janssen, desde os 9 anos de idade, saía de casa para ir ao seu local de trabalho, e foi interpelado por dois agentes da Polícia Nacional de Angola (PNA), que solicitaram a sua máscara facial. Este, de acordo com um seu companheiro de quarto, disse aos polícias que tinha esquecido em casa, e que estando próximo, regressaria para usar.

 “Os Polícias disseram não, faz de braços e Agachamentos, ele fez, mas já estava bem cansado, e como sofre de hipertensão, informou aos agentes que estava muito cansado, mais eles não queriam saber”, denunciou o seu companheiro, adicionando que os vizinhos ainda alertaram que ele era doente, “mas o polícia disse se levantares vou fazer um tiro, e fez mesmo junto à cabeça dele, quando tentou levantar, e com o susto caiu inanimado”, explicou.

 Victor António, amigo do malogrado, disse ao Na Mira do Crime que os policias quando viram o jovem no chão pensaram que era brincadeira. “Eles gritavam ele vai levantar, depois de darem conta da gravidade da situação, os agentes ligaram para o seu comandante da esquadra do Kapolo”, contou.

De acordo com membros da comunidade, depois de quase 1 hora apareceu uma ambulância do Instituto Nacional de Emergências Médicas de Angola (INEMA), que tentaram reanimar o João, com Injecções e soros…”ainda transferiram para o Hospital Cajueiros, eu acompanhei, mas depois quando consultei uma médica, ela disse que ele (João) já tinha chegado ao hospital sem vida”, chorou.

Breve historial do malogrado

A equipa do NMC procurou os responsáveis do Centro Arnaldo Janssen, e numa conversa com Carla Mariza, Educadora Social, explicou que João de Assunção de Eliseu chegou ao Lar de acolhimento com 09 de idade, vindo do Lar Cuzola, sem referência paternais. “Ficou connosco até aos 17 anos, conheci bem o João, sempre foi um menino calmo, bem comportado e organizado, estou sem palavras neste momento”, lamentou.

Casa dos Rapazes

 Até aos 17 anos de idade, o centro Arnald Jansen, localizado entre a Universidade Católica e o Santuário de São Francisco de Assis vulgo “Irmãs Clarices” ( No Palanca) são enviados a “Cas a dos Rapazes”. Depois deste processo, com as habilitações literárias de cada um, o centro procura lançar os jovens ao mercado de trabalho. Os que não conseguem afirmar-se, voltam e se estabelecem nesta comunidade, feita de casebres de chapas e, algumas adptações de blocos.

Jovens dizem que podem identificar os agentes envolvidos no caso

“Se formos a formatura, podemos identificar os que nos maltratam e os que mataram o nosso irmão”, disseram.

 “A polícia não nos respeita, os que mais fazem essas atrocidades, simulam situações, colocam coisas no teu bolso para incriminarem, mínima coisa te levam. No caso do João, fomos a esquadra do Kapolo e não nos querem atender ou se responsabilizar pelo óbito, nós como somos pobres e lavadores de carros, nos tratam como marginais, quando nos querem abusar, vêem sempre sem número de identificação (NIP) e chamam-se apenas por Zé. É lamentável o que passamos aqui”, deploraram.

Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/dMOFxN0Ld8Y

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