A eficácia de qualquer diplomacia passa por dinâmicas e projectos concretos, projectos que visam o crescimento e o desenvolvimento dos sectores estratégicos de uma Nação, mas a banalização da diplomacia por parte do nosso governo faz com que a diplomacia angolana seja um fracasso total.
As nossas embaixadas e consulados caracterizam-se por um sistema político-diplomática baseado em estratégias focalizadas em interesses partidários e pessoais. Por exemplo um general de guerra que depois é promovido a embaixador o que ele entende sobre diplomacia moderna? Um especialista em ciências militares ou em medicina, o que sabe sobre documentos jurídico-legais em âmbito diplomático? Um ex ministro, um ex governador ou um ex diretor nacional à cima da idade que depois é enviado como diplomata, que mudanças e inovações pode trazer à uma embaixada?
Uma embaixada é a representação oficial de um governo dentro do território de um outro Estado, e configura-se como um território estrangeiro em um solo Nacional. Segundo o Direito internacional (Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas e Consulares de 1961 e 1963) as embaixadas gozam de imunidade diplomática, esta representa a soberania de uma Nação, portanto violar uma embaixada é acto contrário ao Direito Internacional.
A diplomacia angolana necessita de reformas e de nova forma de actuação, os jovens competentes e qualificados na matéria precisam assumir o comando das nossas instituições diplomáticas, é tempo da nova geração ter o controlo das embaixadas e dos consulados angolanos, jovens dinâmicos e práticos, jovens carismáticos dotados de conhecimentos e habilidades, jovens com visão de realizar projectos de vários âmbitos em prol do País e das comunidades angolanas.
O actual quadro das nossas missões diplomáticas deixam muito a desejar, o nível de incompetência é altíssimo, o excesso de impreparação académica por parte dos diplomatas é grave e alarmante, a falta de profissionalismo no atendimento e na interação com o público por parte dos funcionários, demonstra não simplesmente a falta de conhecimento em relações públicas mas também fica claro que, pra muitos dos nossos representantes o que mais interessa à eles a cima de tudo, são os seus salários e regalias.
Diplomacia além de ser a arte da negociação, é um conjunto de projectos variados quando bem feito causa um impacto positivo ao crescimento do País e bem-estar aos membros da própria comunidade, mas a constante prática do nepotismo dentro das nossas embaixadas e consulados deixam cair por terra a meritocracia (pessoas certas nos lugares certos), exluíndo angolanos que fariam melhor os serviços consulares e diplomáticos.
Os recrutamentos locais nas nossas embaixadas e consulados obedecem um critério que gira em volta do amiguismo e trocas de favores, pessoas ligadas aos próprios diplomatas têm entrada directa, os concursos praticamente não são anunciados, a comunicação é restrita, as vagas mesmo antes dos tais testes falsos já têm os seus donos, por isso é muito comum entrar nas nossas embaixadas e consulados e encontrar funcionários que não sabem escrever nem ler correctamente, espressam-se mal e nem sequer sabem editar um texto normal no computador, essa gente se fossem humildes voltariam de novo à escola-universidade.
O mal funcionamento das nossas instituições diplomáticas atingiu dimensões jamais vistas, dimensões que ultrapassam o nível dos 360 graus. Os nossos representantes continuam praticando acções contrárias ao programa do Presidente João Lourenço no que toca às missões diplomáticas, um dos casos concretos é a embaixadora angolana na Alemanha a Senhora Balbina Malheiros Dias da Silva nomeada em Maio de 2019, descrita pelos funcionários daquela Embaixada e pela comunidade angolana na Alemanha, como autoritária, arrogante, priva de princípios ético-diplomáticos, não
respeita ninguém, e usa sua posição de embaixadora para praticar o nepotismo.
Esta diplomata fez da Embaixada sua propriedade privada, colocou um dos seus filhos como seu motorista, colocou a mulher do seu filho como sua secretária, como sua cozinheira colocou uma amiga de longos anos, e outras pessoas entraram a trabalhar nesta mesma Embaixada por afinidades e por recomendações.
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As nossas embaixadas e consulados não têm boa reputação, funcionam muito mal, os nossos diplomatas preferem empregar os incompetentes e os bajuladores do que empregar pessoas dinâmicas e qualificadas que poderiam impulsionar o bom andamento das nossas instituições diplomáticas.
Toda e qualquer embaixada e consulado tem como objectivo, assegurar e proteger os interesses do seu País e de cada cidadão, mas em 2019 o Cônsul Geral de Angola em Lisboa o Senhor Narciso do Espírito Santo Junior, decidiu fazer despedimentos em massa de funcionários recrutados a nível local, mais de 36 funcionários foram despedidos do consulado, alegando que eram orientações do Secretário Geral do MIREX (Agostinho Van-Dúnem), na verdade o objectivo principal era despedir funcionários para poder empregar seus próprios familiares e pessoas próximas ao Secretário Geral.
Assim são as nossas instituições diplomáticas, não trabalham em prol do povo angolano, não dedicam-se a favor dos interesses nacionais, podemos ir à França, aos EUA, Alemanha, Bélgica, Brasil, Itália, Venezuela, Espanha, Portugal, África do Sul, Argentina, Paraguai, Namíbia, Coreia do Sul, China, Reino Unido, etc, o comportamento dos nossos diplomatas é semelhante um do outro, o nepotismo é o que vigora dentro, o recrutamento local é tudo um esquema, os angolanos qualificados dificilmente são empregados, e esses diplomatas nem criam projectos para alavancar a reputação do País.
É mais fácil darem oportunidades aos entrangeiros do que ao próprio cidadão, nas nossas instituições diplomáticas tem funcionários estrangeiros, alguns deles nem sequer falam português mas trabalham lá. Infelizmente os nossos representantes são “paraquedistas”, fazer diplomacia para eles é extremamente difícil, sem formação diplomática e sem carisma a coisa torna-se completamente impossível, não vendo outras saídas de refúgios mergulham-se na arrogância, rondeando-se por bajuladores e por falsos académicos, isso só demonstra o que realmente eles são: incompetentes e anti patriotas.
A diplomacia angolana é um fracasso total, João Lourenço precisa tomar urgentemente decisões sérias para mudar esse quadro triste e grave das nossas missões diplomáticas, é hora do Camarada Presidente dar o comando do MIREX, das embaixadas e dos consulados angolanos aos jovens, aos jovens qualificados e altamente competentes e preparados em matérias político-diplomáticas.
Enquanto os jovens angolanos (os dinâmicos) formados em diplomacia não assumirem o controle (a cadeira do comando) das nossas embaixadas e consulados, as coisas jamais irão mudar. Diplomacia é coisa séria, um diplomata é um homem de acção, um verdadeiro diplomata não tem muito tempo para organizar festas e maratonas (coisas que as nossas embaixadas e consulados fazem quase o tempo todo).
Um diplomata é alguém que está presente na vida dos seus cidadãos, congregando e realizando debates sobre assuntos nacionais e internacionais, encontros com os universitários das mais variadas áreas do saber, encontros de intercâmbio cultural, um diplomata é o primeiro a agir em caso de problemas e de emergências para socorrer o seu povo, isso é que é ser diplomata, é ser presente, é ser motivador, é ser um mediador a favor dos interesses da Nação, é ser um líder, é ser um comandante na linha da frente em prol dos seus cidadãos e do seu País, ser diplomata não é ficar encolhido e escondido por detrás da portrona da Embaixada e do consulado ignorando as necessidades e dificuldades da sua própria comunidade, ser diplomata é ser competente, qualificado, responsável, dinâmico, carismático e prático.
A diplomacia angolana é um fracasso total, os mais velhos (diplomatas) irresponsáveis e mal preparados tiveram a sua chance, é hora dos jovens competentes assumirem o comando. Sua Excelência Presidente João Lurenço precisa agir rapidamente a favor das nossas missões diplomáticas, fazendo exonerações em massa de embaixadores e cônsules, substituíndo esses tais pelos jovens qualificados, a nova geração tem muito para mostrar e demonstrar, apenas precisam de oportunidades.
Por: Leonardo Quarenta, doutorando em direito constitucional
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