No entanto devido o constrangimento que causava pois ela(avô) tinha que trabalhar e cuidar do neto, o responsável do hospital num belo dia decidiu colocar ela entre a espada e parede. Tinha que escolher entre o trabalho ou neto. Como é logico a minha avô perdeu o emprego e felizmente aqui estou a escrever estas linhas. Eu ja grandinho perguntei à uma das mulheres mais importantes da minha vida porque tinha abandonado o hospital e respondeu-me "MUGIKULU WAMY KAWA KESHI KUBATA YFA YALY" traduzido para minha língua materna o Cokwe, meu neto um cão não pode transportar dois ossos.
Este episódio da minha infância veio-me a memória, para falar sobre a acumulação de funções de administrador municipal e de 1º. secretário do MPLA.
Quando caminhamos a velocidade do cruzeiro para realização do congresso ordinário e de renovação de mandatos em 2021, que vai eleger a direcção que conduzirá o Partido a vitoria nas eleições gerais de 2022, julgamos ser primente analisarmos as vantagens e desvantagens na acumulação de funções no Partido e no Governo.
De facto pela consulta que fiz nada está plasmado nos principais documentos orientadores do partido,( os estatutos, regulamento de funcionamento das organizações intermedias e de base) que os primeiros secretários municipais ou provinciais devem acumulativamente exercer as funções de administradores ou governadores. Não sei com certeza mas me parece este expediente, foi arranjado á alguns anos atrás como forma de dirimir os conflitos que existiam entre estas duas figuras no mesmo partido que exerciam estas funções.
Embora a medida veio por um lado acabar com as guerras internas que fragilizavam o Partido, a mesma veio criar uma situação de ausência de fiscalização dos actos de governação, pois os responsáveis nas instituições de Estado passaram a ser jogadores e árbitros.
Falo de administradores municipais porque lentamente maior parte das atribuições dos governos provinciais e do executivo estão ser transferidos para os municípios, ja no âmbito da preparação das eleições autárquicas, que pensamos acontecer quando as condições técnicas, humanas e económicas permitirem.
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Quociente de inteligência (QI) é valor obtido por meios de testes desenvolvidos para avaliar as capacidades cognitivas de uma pessoa. É a expressão do nível de habilidade de uma pessoa num determinado momento em relação ao normal.
A transferência do poder de forma paulatina para os municípios e execução do projectos como PIIM(plano integrado de intervenção municipal) pelo Executivo, cujo slogan " a vida faz-se nos municípios" ja em voga à alguns anos na perspetiva da realização eleições autárquicas, vai exigir do partido da situação a reavaliação dos quadros politicamente preparados para enfrentar os próximos desafios.
É preciso que os administradores municipais se dediquem exclusivamente na criação de melhores condições de vida aos munícipes, com o fornecimento dos principais serviços como abastecimento de água potável, a energia elétrica, o saneamento básico, educação e saúde.
Não é todos os dias que podemos encontrar indivíduos técnica e politicamente preparados, para assunção das duas funções( administrador e 1º. Secretário), quando isto acontece muitas das vezes o individuo é mais administrador do 1º. secretário, o que na minha opinião prejudica sobre maneira a actividade partidária, o próprio partido ou o contrário e mais grave ainda pode prejudicar as duas instituições. Por outro lado as principais decisões do desenvolvimento numa determinada circunscrição são tomadas pela mesma pessoa. reina o absolutismo, faltando o equilíbrio.. não há os famosos check and balance(pesos e contra pesos).
Maior parte dos administradores municipais com esta acumulação de funções, o que provavelmente ocorre em maior parte dos 164 municípios, mais de 500 comunas e alguns distritos do País, são uns verdadeiros "monarcas" pois fazem o que bem entendem porque não são fiscalizados são árbitros e jogadores.
Temos corrigir o que está mal e melhorar o que está bem. Respondendo a pergunta, se O MPLA ganha com acumulação de cargos de 1º. Secretário e de funções governamentais, julgamos que não. O MPLA, para os próximos desafios tem colocar verdadeiros cabos eleitorais que galvanizam as populações, com um discurso fluido, os tempos são outros. É preciso coragem política para alterar a situação.
Por. António Mussumari
* Este artigo não engaja o Governo e o Comité Provincial
do MPLA Lunda-Norte
Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/2E5c4IC3OJQ
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