COVID – SE O INIMIGO É INVISÍVEL PORQUÊ UTILIZAR ARMAS DE GUERRA?

Desde a decretação do Estado de Emergência verifico um forte arsenal bélico em algumas zonas de Luanda, carros blindados e armas bastante pesadas (de guerra), principalmente à entrada do musseke. No segundo dia provocou susto aos moradores do meu bairro, sobretudo a crianças que só viam nos filmes em cenário de guerra, algumas delas chegaram mesmo imaginar um eventual início. A verdade é que estamos diante duma guerra cujo principal inimigo é invisível e tem como parceiro a fome, portanto, têm mais poder do que os materiais bélicos.

Se a guerra é com um inimigo com características até agora não devidamente identificadas pelos homens da ciência, então qual é a razão da nossa força de segurança e ordem pública utilizar armas pesadas? Voltei a observar na parte do Hoji-Ya-Henda isolada, carro blindando e pelas ruas, à semelhança de muitos pontos da Kianda, policiais e militares de armas pesadas na mão. Não compreendo a razão de termos estes materiais bélicos na rua quando muitos enfrentam a pressão psicológica (covidfobia) provocada pela doença. Por que não usar armas de pouco calibre (apenas para alguns agentes) ou de choque (caso tenhamos) e porrete? Observo noutros países as forças de segurança a pautarem pela pedagogia, inclusive demonstrar mais humanismo (cantar para os moradores ou auxiliar em algo necessário) sem necessariamente ter na mão arma pesada. Será tão difícil copiar?

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Sei que a nível da polícia está em discussão o tipo de arma a utilizar, é urgente trocar, de modo a proporcionar clima de PAZ, pois tem sido de intimidação (uma amiga estrangeira, uma vez, confessou que sentiu medo quando veio ao nosso país, pelas armas utilizadas pela PN e seguranças privados). Por outra, nesta fase de bastante desobediência ao Decreto Presidencial, influenciado pela fome (como justificam muitos), é necessário apoiar os agentes psicologicamente (não sei se têm sido), os relatos que chegam de alguns pontos do país não são nada bons. Dias antes da morte do jovem no Rocha Pinto, a Ecclésia noticiou a morte doutro jovem na Huíla em consequência duma surra. E hoje, na voz do porta-voz da PN, o ferimento e a morte de um cidadão em Benguela durante uma tentativa de manter a ordem e a tranquilidade. Será que o agente autor do disparo, atendendo a formação que teve, não sabe/ia efectuar disparos para dispersar sem ferir e matar? Não tem tido aulas de disparos? Enfim… Nestas situações a gestão emocional ajuda imenso e, sem dúvidas é sinal de que nem todos devem empunhar arma, ainda mais pesada.

O Estado de Emergência é diferente do de Guerra, que haja mais policias a distribuir sorrisos e conselhos da importância de respeitar as medidas de segurança contra a covid, sei que existe em número reduzido. E não tenhamos mais armas pesadas e carros blindados pelas ruas.

MAIS HUMANISMO!

Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/sbZrIV44Xho

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