Sondagem do Jornal Folha 8, mostra que 80% dos vendedores informais prometem tirar JLo do poder em 2022

Os três primeiros anos do consulado de João Lourenço diminuíram a crença no caminho para a implantação de uma verdadeira e imparcial democracia em Angola. Hoje é actual a frase “eles são malandros”, referência a oposição, angolana e moçambicana, como baioneta contra o multipartidarismo.

De 2017 a 2018, o apoio ao combate aos crimes de corrupção contra o clã e a José Eduardo dos Santos levantaram uma fasquia de esperança da acumulação primitiva de capital, não continuar circunscrita aos membros do comité central do MPLA e arredores.

Mas desde os finais de 2018 a 2020 a falta de uma estratégia económica, com gente séria destapou os efeitos nefastos de um cego combate a corrupção, cujos ganhos redundavam no fecho e confisco de bens, o desemprego e miséria dos trabalhadores.

Assim a esperança de uma democracia vigorosa foi caindo e a fasquia do Presidente reformador foi caindo e, com isso, afectando a credibilidade de o MPLA conseguir consolidar a democracia.

Uma pesquisa F8, num universo de 1000 vendedores dos mercados paralelos de Luanda (Kikolo; Km 30; Praça da Madeira; Katinton; Hojy Ya Henda), realizada, nos últimos quatro meses: Novembro, Dezembro, Janeiro, Fevereiro mostrou que a simpatia no governo de João Lourenço caiu 73%, principalmente devido aos efeitos ainda da Operação Resgate.

Pergunta: Qual a medida tomada pelo Titular do Poder Executivo, João Lourenço, que mais marcou a sua vida?

Resposta: Operação Resgate: “Arruinou os pobres”. “Roubaram o meu negócio!” “Não tenho como começar, de novo, pois levaram tudo”. “Não acredito mais nele, pois me colocou no desemprego”. “Ele age com raiva”. “Está a fazer pior que o outro corrupto”! “Se o outro roubava, mas nos deixava trabalhar e comer, pois os produtos de comer, eram baixos”.

Esta é a síntese de algumas das respostas.

Por sua vez, num sinal de literacia, 65%, considera autoritário, João Lourenço, não acreditando ter ele vontade e compromisso de implementar a democracia.

Pergunta: Acredita que a democracia vai sair reforçada neste mandato do Presidente da República?

Resposta: “Eu não acredito, apesar e ter depositado toda minha esperança nele. Eu aqui era sério defensor dele, mas foi me decepcionando, pois nada está a avançar nas nossas vidas”.

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Estes lamentos avolumam-se, principalmente depois do primeiro ano de mandato, com o aumento vertiginoso do preço dos principais produtos da cesta básica e, no segundo, com a musculatura verbal, falta de programas económicos, atribuição directa de empreitadas a empresários próximos do regime, além, de mais grave, aceitação de peculato e nepotismo, no executivo, sendo o expoente máximo o governador da Huíla que faz negócios consigo próprio, através da sua empresa OMATAPALO. Uma contradição entre o discurso presidencial e a prática. Outra, que contraria o comportamento de um democrata é, o apadrinhamento de governantes, considerados maus gestores, corruptos, incompetentes, pelos governados, como os governadores de Benguela, Huíla, premiados com visitas presidenciais, no final do ano, mostrando a indiferença presidencial, ante o clamor popular, expresso em manifestações, nem mesmo as de Malange, onde o amigo Kwata Kanawa é rejeitado por mais de 80% da população.

Por esta razão tem estado a cair, principalmente, no último ano, a crença na consolidação da democracia no país, fundamentalmente depois de ter nomeado, Joel Leonardo, presidente do Tribunal Supremo e Manuel da Silva Manico, para a presidência da Comissão nacional Eleitoral, dois juízes comprometidos umbilicalmente com o MPLA, que determinarão o resultado eleitoral de 2022.


A pesquisa do F8 aponta que 80% dos inquiridos acreditam ser a democracia a melhor forma de governo, mas 62% duvidam que ela seja alguma vez consolidada, no consulado de João Lourenço, por acreditarem estar a fraude institucionalizada, através da CNE composta por uma maioria do partido no poder.


Um dado surge com um segmento significativo de inquiridos, representando 28%, para quem é indiferente que o governo seja democrata ou ditatorial. Mas 43% com ligação ao regime acreditam que Angola só mudará quando o MPLA, “nosso partido passar uns anos na oposição e poder ver o poder de fora, para mudar e quando voltar, trabalhar com mais juízo e melhor”.


É ainda importante reter o facto de os mais pobres, os candongueiros (taxistas), as zungueiras, os vendedores do mercado, enfermeiros, professores e estudantes universitários, representando 76% de inquiridos consideram importante que o povo, nas eleições autárquicas e gerais de 2022, seja capaz de votar com a cabeça e não com o coração, para ser possível uma verdadeira alternância, capaz de viabilizar uma radical alteração da actual constituição e consolidação da democracia.

Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/K5DAwYAaYWU

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