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Uma das várias perguntas que muitos angolanos se têm feito nos últimos dias é: o Presidente da República reiniciou ou remendou o Governo?
O Presidente apertou no botão ‘Reset’ e, nas duas últimas semanas, foi-nos possível, mais uma vez, testemunhar a tentativa do PR João Lourenço de criar uma nova ordem do poder em Angola. A ordem do serviço ao País e do serviço ao povo angolano. É facto que, na sua mensagem eleitoral, o PR João Lourenço já havia afirmado que iria reiniciar quantas vezes fossem necessárias, até acertar.
Tentando descortinar nas entrelinhas alguns dos objectivos da nova alteração orgânica do Estado, a par da já anunciada redução orçamental, paira no ar a sensação de que o PR João Lourenço tentou reafirmar um caminho governativo: primeiro o País, primeiro o povo, depois o “eu” e os interesses de cada um.
Nesse capítulo, o PR João Lourenço tem pela frente uma tarefa hercúlea e os angolanos ainda não sabem bem como chegarão ao fim do jogo. Será uma vitória, um empate, ou uma derrota para Angola? Há, sem dúvida, o risco de haver excesso de reinícios e de, com isso, o País continuar a girar em torno de si mesmo. O que terá o PR João Lourenço de fazer para que os angolanos deixem de sentir que “Dia vem, dia vai, e nada muda”?
Esta semana a imprensa deu nota de governantes se terem recusado a fazer parte da nova fusão ministerial. Ou seja, alguns governantes recusaram-se a passar a reportar a um ministro mais novo e com menos bagagem, preferindo por isso ficar fora do Governo.
Tal atitude de alguns revela um paradigma político em Angola que há alguns anos a sociedade civil já vem afirmando. A já bem conhecida missão obscura, entranhada na mente de alguns, de se servirem e ao mesmo tempo servirem o seu ego político. Portanto, se não for possível cumprirem a sua agenda pessoal, preferem não fazer parte da equação “servir Angola”.
O PR João Lourenço aparenta ter apertado no botão de ‘Reset’ para um reinício, contudo, há aqui uma variável crítica para o sucesso deste recomeço. Fazendo uma análise a algumas das razões que poderão ter levado o PR a reiniciar o Governo, é critico alertá-lo que o sucesso ou insucesso deste recomeço passará por ele próprio, PR, pois é ele que lidera a equipa.
A juventude que agora está a ser encarregada de executar a estratégia de governação do PR é tecnicamente boa, não tendo, no entanto, bagagem política. Tudo indica que foi feita uma aposta no vigor, competência, superação, persistência e um compromisso fresco para com o País.
Um dia perguntei a um banqueiro visionário o porquê de ele estar a começar um banco de raiz com pessoas sem experiência em banca. A resposta que obtive foi que “os que têm experiência em banca têm também inúmeros maus hábitos e más praticas. A nossa intenção é a de criar uma nova cultura profissional, na qual o cliente é centro do negócio”.
Tudo indica que a intenção do PR João Lourenço é criar uma nova cultura profissional na governação em Angola, tendo no seu centro o cidadão. Contudo, diferentemente da gestão empresarial, na governação e administração publica é impossível começar algo completamente novo.
Não sendo possível criar-se uma máquina governativa integralmente nova, apesar de um reinício cheio de caras novas, caberá então ao PR João Lourenço um papel de liderança totalmente inovadora em Angola. Para que tal aconteça, o Presidente tem de deixar de ser o Chefe do Executivo, e passar a ser o Líder do Executivo.
O líder terá de mostrar o caminho e exigir muito mais, o líder terá de alertar para os perigos, o líder terá de perdoar os erros. O líder terá de comunicar constantemente com a sua equipa, e do mesmo modo, para o sucesso da nova estratégia, terá de comunicar constantemente com o país. Sem dúvida que, em termos de comunicação, o PR João Lourenço já o faz. Contudo, é preciso que o faça muito mais vezes, pois em termos de liderança não existe comunicação excessiva, sobretudo porque comunicar tem o rápido efeito de criar conforto, segurança e dissipar duvidas.
Para o bem de Angola e todos os seus cidadãos, a grande missão do PR, que o próprio acaba de reiniciar, é de liderar e não de chefiar. Confiemos que o resultado deste desafio não seja nem um empate, nem uma derrota, mas sim uma vitória clara e expressiva de uma nova cultura governativa. Vitória de uma liderança forte, vitoria da competência, vitória do compromisso com o País.
Vitória de Angola e de todos os angolanos.
Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/7a5w5NQrjpw
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