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«O chefe mandou-me convidar-te para ires trabalhar connosco Lá no ‘Buraco’. O salário não é grande coisa, mas sempre há outras compensações», assim me interpelaria num dia desses um amigo meu dos tempos da Emídio Navarro, que era na altura quadro intermédio da Casa Militar do Presidente Eduardo dos Santos. Estávamos em meados de 1998, salvo o erro, era eu um dos editores do Folha-8 do William Tonet. Disse ao avilo que iria pensar, antes de responder. Ele aceitou.
Algo aturdido com a inesperadíssima proposta e porque não me havia sido pedido segredo, decidi aconselhar-me com dois alegados amigos e colegas no «folhinha»: Graça Campos e KB Gala. O encontro tripartido aconteceria em casa do «Felito», quando ele morava ainda nos prédios dos cubanos defronte ao hospital Américo Boavida. Nenhum deles disse para não aceitar. Fizeram pior: inventaram uma notícia na página mais procurada do jornal, na coluna «a quente», onde saíam mesmo as dicas mais quentes em notas curtas e soltas, em meio a alguma sátira, «revelando» ou «denunciando» que o jornalista Salas Neto estaria a ser perseguido por um coronel da bófia do futungo, com interesses inconfessos. Imaginem a escandaleira. Até hoje nunca conversei com eles para saber por que é que fizeram aquilo. Foi porquê, madiés? Já pensei em inveja, mas o certo mesmo não sei. Só sei que me estragaram uma possibilidade de trabalho que poderia ter dado outro rumo à minha vida. Esses gajos são muito malvados.
O mais pior é que o meu amigo, que agora é general, ficou tão fodido que deixou de falar comigo por quase 20 anos (só nos descongelamos em 2018) , embora nos cumprimentássemos fingidamente quando se déssemos encontro, sem nunca me ter dado a possibilidade de lhe explicar que aquilo fora uma estranha conspiração contra mim dos meus camaradas e não uma «tampa» minha, como se terá pensado no «Buraco» inteiro. Como essa malta não gosta de desaforos nem um bocado, deve ser por isso que a minha vida passou a ser socialmente muito mais complicada desde então. Se calhar, negar uma proposta de trabalho do chefe seria como que um crime de lesa-pátria. Só que, nessa eventualidade, terei sido castigado por algo que não cometi. Eu, Salas Neto, não dei «corte» nenhum ao chefe. Fui é tramado como gente grande.
Por: Salas Neto
Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/7a5w5NQrjpw
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