Segundo o inspetor-geral da polícia do país, Sebastian Ndeitung, citado pelo diário The Namibian, o diplomata angolano terá atravessado a fronteira entre a Namíbia e Angola, com o objetivo de viajar até Santa Clara, província do Cunene, tendo regressado na noite de sábado.
O anúncio foi feito pelo responsável das forças de segurança no domingo, junto ao posto fronteiriço de Oshikango, constatando que a polícia está à procura do agente que permitiu a passagem de André Ventura e de dois namibianos.
O chefe da polícia ordenou que o cônsul-geral angolano cumpra um período de isolamento de duas semanas na sua casa em Osahakati, para conter uma eventual propagação da covid-19.
Sebastian Ndeitung acrescentou que a entrada dos dois namibianos não pôde ser negada, pelo que estes também terão de cumprir um período de isolamento.
“Fiquei perturbado quando ouvi que o cônsul foi até Angola e regressou à Namíbia. Quem lhe abriu as fronteiras, se estas estão fechadas? Descubram e relatem-nos quem abriu as fronteiras para esses três”, ordenou Ndeitunga no domingo.
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Ao The Namibian, Sebastian Ndeitung esclareceu que os diplomatas angolanos devem obter uma permissão do Ministério das Relações Internacionais e Cooperação e apenas quando esta tiver sido garantida, devem viajar, sob pretexto de emergência ou da realização de um serviço essencial.
A Lusa questionou o Ministério das Relações Exteriores angolano sobre este caso, mas não obteve resposta até ao momento.
O comandante regional de Omusati, o comissário Titus Shikongo, referiu que 56 angolanos atravessaram a fronteira devido a questões relacionadas com saúde, enquanto 16 entraram ilegalmente no país.
O responsável regional acrescentou que um membro do posto fronteiriço de Okasamene foi detido por infringir a lei de controlo da imigração.
Segundo os dados mais recentes do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças da União Africana (África CDC), a Namíbia contabiliza 16 casos desde o início da pandemia, tendo oito sido considerados recuperados.
A vizinha Angola totaliza 25 casos de infeção pelo novo coronavírus, responsável pela covid-19, incluindo duas mortes e seis casos recuperados.
Os dados do África CDC registam ainda 31.933 casos da doença em 52 países africanos, tendo 1.423 morrido. Já o número total de doentes recuperados cifra-se em 9.566.
A nível global, segundo um balanço da agência de notícias AFP, a pandemia de covid-19 já provocou mais de 206 mil mortos e infetou quase três milhões de pessoas em 193 países e territórios.
Perto de 810 mil doentes foram considerados curados.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas (mais de metade da população do planeta), encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial.
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