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Bornito de Sousa sustentou também a sua postura de "invisibilidade", perante jornalistas e fazedores de opinião, fazendo um paralelismo das "invisibilidades" de outros vices em diversos países.
A "invisibilidade" propositada provocou várias interpretações no encontro.
De nossa parte, quando nos deram o microfone, confessámos que temos um "desentendimento" desta anunciada "invisibilidade induzida", na medida em que não percebemos como é que um servidor público, por iniciativa própria, decide fechar-se para dar mais visibilidade ao seu contemporâneo João Lourenço, quando deve explicações públicas sobre a forma como gere os recursos do país.
Questionámos se um eventual pedido de "low profile" de sua parte pudesse ter sido feito na qualidade de cidadão Bornito de Sousa ao cidadão João Lourenço, enquanto militante do MPLA ao presidente do MPLA João Lourenço ou na qualidade de Vice-Presidente ao Presidente da República João Lourenço.
Questionámos como é que os cidadãos angolanos vão poder aferir, em 2022, se Bornito de Sousa mereceu estar no cargo de Vice-Presidente da República de Angola - ao ter uma alegada "máxima produtividade" -, se toda a sua produtividade não foi divulgada, por iniciativa estranha (uma vez que os servidores públicos devem justificar como são geridos os recursos do país, que pertencem a todos os angolanos, de Cabinda ao Cunene) do próprio.
Questionámos como os cidadãos angolanos, de Cabinda ao Cunene, vão acreditar numa boa produtividade do MPLA, para merecer o voto maioritário em 2022 nesse partido político, se o Vice-Presidente da República, escolhido pelo MPLA, que governa o país, não mostrou se de facto mereceu ou não estar no cargo, por não ter comunicado.
Em resposta, o Vice-Presidente da República Bornito de Sousa apenas respondeu que as nossas questões são interessantes e rematou o seu comentário, que foi curto, que em 2022 pode haver 4 cenários:
1.° O cidadão João Lourenço (candidato a Presidente da República) e o Bornito de Sousa (candidato a Vice-PR).
2.° O cidadão João Lourenço a ir como cabeça-de-lista e o Vice não ir como segundo cabeça-de-lista do MPLA.
3.° O cidadão João Lourenço a não ir como cabeça-de-lista e o cidadão Bornito de Sousa também a não ser segundo cabeça-de-lista do MPLA.
4.° O cidadão Bornito de Sousa a ser cabeça-de-lista do MPLA e João Lourenço não ser segundo cabeça-de-lista do MPLA.
Para responder às nossas questões, Bornito de Sousa socorreu-se dos 4 cenários supracitados, deixando no ar um entendimento subjectivo sobre as reais razões do seu afastamento, propositado, da Imprensa.
João Lourenço já se pronunciou que vai ser cabeça-de-lista do MPLA em 2022. Portanto, os dois últimos cenários, por exclusão de partes, estão fora das possíveis hipóteses.
Significa que, com a sua alegada "mínima exposição", o que pressupõe falta de prestação pública do exercício da sua função, em 2022 só teremos a possibilidade de João Lourenço ser cabeça-de-lista e Bornito de Sousa continuar como segundo cabeça-de-lista - o primeiro cenário - ou João Lourenço a ser cabeça-de-lista do MPLA e Bornito de Sousa a ser excluído do "segundo lugar" do MPLA.
O que nós podemos concluir é que se em 2022 João Lourenço avançar com Bornito de Sousa significará que a estratégia da "mínima exposição" foi concertada entre os dois.
Ao passo que se em 2022 Bornito de Sousa ficar de fora significará que o encontro de hoje não terá como objectivo um anúncio de "baixa visibilidade" propositada, mas um afastamento premeditado (político) do actual Vice-Presidente da República Bornito de Sousa por parte do actual Presidente da República João Lourenço.
Só o futuro é que vai desfazer este enigma.
POR: CARLOS ALBERTO
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