Angola vai receber do Chade, em cerca de seis anos, um total de 75 mil cabeças de gado bovino, como pagamento de uma dívida de 100 milhões de dólares (88 milhões de euros) contraída em 2017, anunciou fonte oficial.
O anúncio foi esta sexta-feira feito pelo ministro da Agricultura e Florestas angolano, António de Assis, durante uma visita que efetuou ao projeto agrícola da Quiminha, nos arredores da província de Luanda, onde observou as infraestruturas da maior unidade de quarentena animal do país.
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O primeiro carregamento, de 1.500 cabeças de gado bovino, num total previsto para este mês de 4.500 animais, chega na quarta-feira ao país.
Em declarações à agência Lusa, o diretor do Instituto do Serviço de Veterinária do Ministério da Agricultura e Florestas, Ditutala Simão, disse que a visita ao local serviu para apresentação daquela infraestrutura aos quadros dirigentes do ministério.
Segundo o responsável, Angola e o Chade acordaram, tendo em conta o potencial pecuário chadiano (com uma contribuição de 53% para o Produto Interno Bruto), que a dívida seja paga com gado bovino, para preencher zonas do país com despovoação animal, mais concretamente a Camabatela.
O diretor do Instituto do Serviço de Veterinária referiu que o acordo entre os dois países prevê a entrega anual de 13.500 cabeças de gado bovino, numa periodicidade trimestral.
Relativamente à unidade de quarentena, trata-se de um ponto de observação médico-veterinária de todo o gado que circula no país, incluindo os de importação, para fins de inspeção zoossanitária, de despistagem de doenças, particularmente as de declaração obrigatória, nomeadamente febre aftosa e peste bovina
Ditutala Simão referiu que a infraestrutura, com capacidade para receber até 5.000 animais, vem juntar-se a outras menores existentes em Waco-Kungo, província do Cuanza Sul, em Camabatela, província do Cuanza Norte, e na região de Malanje.
Com uma dimensão de 140 hectares de terra e outros 25 hectares para a produção de alimentos para o gado, a unidade de quarentena está localizada no projeto agrícola da Quiminha.
O responsável frisou que a prioridade é o repovoamento do planalto de Camabatela, que inclui as províncias do Cuanza Norte, Uíge e Malanje, mas outras áreas do país serão igualmente beneficiadas.
“Nós estamos a fazer esta observação para que os criadores não se alarmem com isso, porque não será possível colocar apenas nessa região 75.000 animais, vamos colocar também noutras zonas. O país sofreu com a seca, há famílias que perderam os seus animais, o que quer dizer que o processo vai continuar”, salientou.
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