Endiama perdeu 3 mil milhões de dólares com vendas abaixo do preço de mercado

O presidente da Endiama disse hoje que a empresa perdeu 300 milhões de dólares (270 milhões de euros) por ano na última década, num total de mais de 3 mil milhões de dólares, por vender diamantes abaixo do preço a três entidades, uma delas detida por Isabel dos Santos.

"Através da nossa avaliação, concluímos que estávamos a perder 30 a 40% do valor das gemas" por vender abaixo do preço de mercado, disse José Manuel Ganga Júnior numa entrevista à agência de informação financeira Bloomberg, à margem da sua participação no Indaba Mining, uma feira mineira que decorreu na Cidade do Cabo, na África do Sul.

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"Não vai acontecer outra vez", garantiu o presidente da Endiama, salientando que as pedras preciosas foram vendidas a três companhias, uma delas pertencente à empresária Isabel dos Santos, a mulher mais rica de África e filha do antigo Presidente de Angola José Eduardo dos Santos, envolvida no caso Luanda Leaks e constituída arguida pelo Ministério Público de Angola, acusada de má gestão e desvio de fundos da companhia petrolífera estatal Sonangol.

Na mesma entrevista, o responsável revelou ainda que a Endiama pretende dispersar até 30% do capital da empresa em bolsa em 2022, mantendo o controlo do Estado mesmo após a privatização parcial.

José Manuel Ganga Júnior confirmou que a administração está "a preparar a Endiama para uma oferta pública inicial, em 2022, estando em curso um processo de avaliação do valor da empresa" e acrescentou que o objetivo é privatizar até 30% da empresa, mantendo a maioria do capital no Estado.

Na entrevista à Bloomberg na Cidade do Cabo, onde participou na Indaba Mining 2020, um dos encontros mais importantes do setor no continente, Ganga Júnior expressou preferência pelo lançamento da empresa na bolsa de Luanda, mas ressalvou que a decisão será tomada depois da avaliação dos consultores financeiros.

Sobre o futuro da diamantífera, uma das três maiores a nível mundial, o presidente da Endiama disse
que a avaliação da empresa será importante para assegurar os 300 milhões de dólares de financiamento internacional necessários para a subsidiária Sociedade Mineira de Catoca lançar uma nova mina no Luaxe, uma pequena localidade na província de Lunda Sul, no norte do país.

"A oferta pública de aquisição e as reformas em curso são as bases para a Endiama se tornar o maior fornecedor de gemas", concluiu o presidente da empresa.

À margem da participação no certame, ministro dos Recursos Minerais e Petróleos de Angola, Diamantino de Azevedo, disse em conferência de imprensa que a produção anual de diamantes no país deverá passar de 9 milhões de quilates, em 2019, para 14 milhões, em 2022.

Saiba mais sobre este assunto, clicando neste link https://youtu.be/XljeleeYTKk

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