Que se saiba Isabel dos Santos não cometeu nenhum crime em Portugal. Investiu em empresas nacionais e contribuiu para o sucesso de projetos e para a criação e manutenção de muitos postos de trabalho. Deve por isso ser tratada com o respeito devido a qualquer investidor estrangeiro.
Transformar heróis em vilões é tarefa a que a comunicação social e os comentadores se dedicam com um gosto especial. Aqueles que ontem eram endeusados são demonizados hoje exatamente pelas mesmas pessoas. Temos o caso recente da filha do antigo Presidente angolano José Eduardo dos Santos. Para registo de interesses cumpre-me informar que a relação mais próxima que tenho com Isabel dos Santos resulta do facto de eu próprio ser cliente da Nos. Convenhamos que a proximidade não é muito grande. E por aqui não tenho nenhuma crítica especial a apontar. São do conhecimento público outras participações relevantes em empresas portuguesas em setores tão importantes como a banca, as telecomunicações ou a indústria. Tanto quanto é possível saber, ao longo dos últimos anos nunca foram suscitadas dúvidas pelas entidades competentes quanto à proveniência do dinheiro investido ou quanto à legalidade das operações.
Para quem se procura informar sobre o que de mais relevante vai ocorrendo na vida económica nacional, não é possível esquecer os elogios repetidos e as vantagens que todos reconheciam na entrada de investimento estrangeiro em Portugal fosse ele chinês, brasileiro ou angolano. Neste último caso, e durante muito tempo, era bem notada a ansiedade com que muitos setores, desde logo alguns bancos, encaravam a chegada de investidores daquelas paragens com especial destaque para Isabel dos Santos. Onde ela entrasse, o caminho da salvação estava encontrado.
Muitos jornalistas e a maior parte dos comentadores, usassem laço ou gravata, estiveram na primeira linha da defesa da presença de Isabel dos Santos em Portugal destacando até a sua carreira académica e profissional de sucesso e a autonomia que mantinha face ao seu pai. Uma coisa era o Estado angolano; outra, bem diferente, seriam os investimentos e a capacidade de gestão desta grande empresária angolana. E atrás disto foram vários presidentes. Da república, de câmaras municipais, de grandes empresas, de associações empresariais, primeiros-ministros e titulares de muitas pastas em diversos governos, atravessando transversalmente quase toda a sociedade portuguesa. As pressões para integrar comitivas oficiais eram normais e os "facilitadores" de negócios com a nomenclatura angolana eram muito procurados.
"Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", cantava José Mário Branco com toda a propriedade. Agora parece que todos sabiam que a origem do dinheiro não era recomendável, que os abusos de poder em Angola eram recorrentes e intoleráveis, que Isabel dos Santos funcionava como "testa de ferro" da família e tantas outras patifarias sem fim. E os principais comentadores conseguem falar nisto sem pudor. Falta de memória e de vergonha.
Dizem que o dinheiro não tem cor e que os negócios não têm ética. Mas é bom que se entenda que conhecer a origem dos fundos e ética empresarial são condições fundamentais para garantir a solidez e a perenidade de uma atividade económica. Ultrapassar etapas com recurso a expedientes obscuros tem sempre um preço elevado. Mais cedo ou mais tarde.
Que se saiba Isabel dos Santos não cometeu nenhum crime em Portugal. Investiu em empresas nacionais e contribuiu para o sucesso de projetos e para a criação e manutenção de muitos postos de trabalho. Deve por isso ser tratada com o respeito devido a qualquer investidor estrangeiro. E não esqueçamos, como dizia o refrão da canção já citada, que "se todo o mundo é composto de mudança, troquemos-lhe as voltas que ainda o dia é uma criança".
Saiba mais sobre este artigo, clicando neste link
https://youtu.be/_e2syUVmHmo
Fisioterapia ao domicílio com a doctora Odeth Muenho, liga agora e faça o seu agendamento, 923328762 ou 914771757
0 Comentários