Sonangol não quer indeminizar 63 famílias, desde 2013 que as suas casa foram destruída por um incêndio causado pela Sonangol no Sambizanga

Um Cidadão angolano de nome Marcos Paulo e seus cinco filhos menores protestaram esta segunda-feira frente ao edifício sede da Sonangol para exigir uma indemnização, prometida há seis anos, pela petrolífera nacional.

A família foi vítima de um incêndio causado pela petrolífera em 2013, que até ao momento a empresa não indemniza, pelos danos causados: “Queremos as casas do nosso pai, demolidas pela Sonangol”, lia-se nos cartazes exibidos pelas vítimas do incêndio, ocorrido em 2013, numa estação de gás da petrolífera localizada no bairro da Paz, Distrito Urbano do Sambizanga, município de Luanda, que levou mais de 63 casas demolidas, na sequência incêndio, em que 14 crianças foram vitimas, das quais cinco acabaram por falecer.

Um documento apresentado por Marcos Manuel Paulo e rubricado pela Comissão de Moradores daquela zona habitacional, refere que no dia 6 de Maio de 2013, registou-se, às 19h00, um incêndio na Fábrica de Enchimento de Gás da Sonangol, causado por um curto circuito.

Na ocasião, o Conselho de Administração da Sonangol convocou uma reunião com representantes dos sinistrados, tendo assumido o compromisso de ressarcir os danos, com a atribuição de residências no Zango 4 e na Centralidade de Capari, no município de Viana, em Luanda, mas até ao momento a situação não é conclusiva.

Segundo aquele cidadão, a Sonangol comprometeu-se, de igual forma, a garantir a assistência médica e medicamentosa, acompanhada de subsídio de alimentação, bem como o pagamento de indemnização financeira aos familiares dos falecidos no incêndio, incluindo bolsas de estudo a filhos menores.

O acordo entre as partes previa também a transferência dos sinistrados do Hospital Neves Bendinha para a Clínica Girassol, com a empresa estatal a assumir o transporte para deslocação das famílias e das vítimas de queimaduras da casa para o hospital e vice-versa, a garantia de cirurgias plásticas, caso fosse necessário.

O cidadão disse também que os sinistrados teriam direitos a Seguro de Saúde, para todas crianças até aos 18 anos ou velhice, formação académica desde o Primeiro Ciclo, até ao Ensino Superior, apoio em caso de óbito dos sinistros, com a compra da urna, transporte, alimentação e apoio moral com psicólogo às famílias.

Marcos Manuel Paulo explicou que a Sonangol orientou os familiares dos sinistrados a abertura de contas bancárias, para efectuar os depósitos de dinheiros, mas o cumprimento desse acordo tarda a acontecer até hoje, seis anos depois do fatídico incidente.

Actualmente, Marcos Paulo vive com a família, em Caxito, província do Bengo, por falta de casa para morar, em Luanda, e promete permanecer defronte ao edifício sede da Sonagol, até a resolução do problema.
“A Sonangol matou-me psicologicamente”, disse o cidadão Marcos Paulo, para quem é seu direito “receber o que me pertence, já lá vão muitos anos”.

Até ao momento a Sonangol mantém silêncio em torno da Família que protestou pela não indemnização, prometida há seis anos, pela petrolífera nacional.


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Pedro Lauro C Muenho

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