Miau e sua turma são todos aventureiros, nas próximas eleições não estarei com este grupo de aventureiros, disse Makuta Nkondo

O portal O Decreto fez uma entrevista ao carismático Político angolano Makuta Nkondo, veja a baixo a íntegra da entrevista feita ao Deputado pela Bancada Parlamentar da CASA-CE, em que o leitor poderá conhecer o pensamento deste politico angolano.



O Decreto: Quem é Makuta Nkondo:
Makuta Nkondo: Makuta Nkondo com o nome de baptismo na igreja católica de Augusto Pedro é filho de Sergio Seje e de Juliana Nzumba (Liliana Mpemba) – ambos camponeses é falecido, nasceu a 05 de Abril de 1948 na aldeia Yenga, na actual comuna de Kinsimba, município do Tomboko, província do Zaire, Angola.



O Decreto: enquanto jornalista, que avaliação faz ao jornalismo exercido em Angola?

Makuta Nkondo: O jornalismo angolano ainda é partidária. Os órgãos têm patrões: os públicos incluindo a TV – Zimbo, Palanca-TV, Rádio Mais, Rádio LAC, são dependentes do partido no poder, os privados nomeadamente a Rádio Despertar da UNITA, a Rádio Ecclesia da Igreja Católica. Mesmo a imprensa escrita e sites informativos como o Club-K, Angola24horas, têm preferências.
Não existe liberdade de imprensa e de expressão em Angola.



O Decreto: tem alguma opinião sobre os jornalistas angolanos? (um por um).
Makuta Nkondo: Os jornalistas angolanos obedecem a linhas editoriais dos órgãos em que cada um deles trabalha. Nenhum está livre, todos auto-censuram-se e cada um procura agradar a gregos e a troianos. A maioria dos jornalistas angolanos são bajuladores. Os que trabalham na imprensa pública bajulam o partido no poder, o MPLA, os dos órgãos privados os seus patrões.



O Decreto: alguma opinião sobre os músicos angolanos? (um por um)
Makuta Nkondo: A música angolana é aceitável, mas comete o erro de optar excessivamente pela língua portuguesa em vez de dar primazia as línguas locais como o Kikongo, Kimbundu, Umbundu, Ngangela, Chokwe, Iyanieka, etc. Porque o alvo das suas mensagens é o povo que não é português.

O Decreto: Como pensa dar sequência ao seu percurso político com a saída de Abel Chivukuvuku da liderança da CASA-CE?
Makuta Nkondo: Quando chegar o momento, 2020 para as autarquias e 2022 para as eleições gerais, vou ponderar e decidir.



O Decreto: já ocupou cargos políticos? Quais?
Makuta Nkondo: Sim já.

Fui Secretário da Delegação do GRAE/FNLA no Baixo-Zaire, República do Zaire, Comissário político da FNLA no Kinsimba, Angola, e assessor de Isaías Samakuva, presidente da UNITA em Luanda, Angola.



O Decreto: Vai ou não ao partido de Abel Chivukuvuku o PRA-JA caso seja reconhecido?
Makuta Nkondo: Ainda não decidi se vou ou não juntar-me a Chivukuvuku. O futuro dirá. Estou numa fase de análise. Mas o que lhe posso dizer é que nas próximas eleições não estarei com estes aventureiros. Todos eles movem-se por dinheiro, para mim minimamente o Alexandre André que está entre o dinheiro e o poder.



O Decreto: Já ocupou funções na governação? Pretende? Qual ?
Makuta Nkondo: Apenas trabalhei no governo provincial do Zaire, Angola, como funcionário, na Agência Angola Press (Angop) como jornalista e no instituto de investigação marinha (IIM) do Ministério das Pescas como biólogo.



O Decreto: Além de jornalista o que é que mais faz hoje?
Makuta Nkondo: Faço mais a política como deputado à Assembleia Nacional de Angola.



O Decreto: Quais são os seus desafios daqui para frente?
Makuta Nkondo: Servir de advogado do povo junto do executivo. Defender Angola e o Angolano, nomeadamente o indígena, o autóctone. o camponês, o rural, o pobre.



O Decreto: Que avaliação faz do MPLA actual?
Makuta Nkondo: Mudou a locomotiva mas as carroçaria ou vagões são os mesmos. Não vejo uma grande diferença entre o novo e o antigo MPLA. A actuação ou estratégia pode ser diferente, mas a finalidade é a mesma.



O Decreto: Sente-se próximo ao João Loureço?
Makuta Nkondo: Nunca fui, não sou e não penso ser próximo de João Lourenço.



O Decreto: Acha que ele ouve as suas críticas?
Makuta Nkondo: Não estando próximo dele, não sei se ouve ou não as minhas intervenções.



O Decreto: Se o João Lourenço convidar para entrar no MPLA aceita?
Makuta Nkondo: O futuro dirá, mas não sei se eu entrar no MPLA vou ganhar o que?



O Decreto: e no governo?
Makuta Nkondo: Se for para defender a Angola e o Angolano, sem interferências políticas, vou ponderar antes de decidir.



O Decreto: Acredita que João Lourenço vai realizar a visita com o senhor onde lhe convidou para ir?
Makuta Nkondo: Não sou profeta para adivinhar o que ele pensa. Eu fiz a minha parte, lhe convidei, a bola está do lado dele.



O Decreto: Que avaliação faz da liderança dos outros partidos?
Makuta Nkondo: Estou séptico ou crítico quanto a liderança de todos os partidos políticos angolanos. Há intolerância, nepotismo, amiguismo, bajulação, intrigas, exclusão, desonestidade e luta pelo poder em todos os partidos políticos de Angola, incluindo no MPLA.



O Decreto: Certamente conhece a actuação do AN, que avaliação faz?
Makuta Nkondo: A actuação da Assembleia Nacional é razoável. Só poderá melhorar se mudar o sistema de candidatura, passar de candidatos pelas listas de formações políticas pela candidatura individual directa. No sistema actual, muitos deputados apanham boleia das listas das formações políticas que lhes indicaram. Eu, pessoalmente, apanhei boleia da lista da CASA-CE.
Numa eleição directa, individual, 99,99% dos deputados actuais não estariam no Parlamento, pois mesmo nas suas próprias casas ou famílias não obteriam 1 ou 2 votos.



O Decreto: Que avaliação faz aos sindicatos do país?
Makuta Nkondo: Balanço negativo, alguns só aparecem para decretar as greves.
Além das greves, as actividades sindicais são nulas. O sindicalismo é apagado.



O Decreto: Para o senhor quem são os lideres juvenis no país que mais lhe marcou em Angola ?
Makuta Nkondo: Nenhum. Era Mfuka Munzemba, antes e durante o tempo da JURA.



O Decreto: Já pertenceu a um outro partido político angolano?
Makuta Nkondo: Só pertenci a UPA/FNLA e nunca mais pertenci a um outro partido político.



O Decreto: Porque abandonou?
Makuta Nkondo: A FNLA assassinou (fuzilou) a minha mãe.



O Decreto: O que tem a dizer em relação a governação de JLO?
Makuta Nkondo: Começou bem e está a tender para o declínio. A pobreza do povo aumenta dia após dia. O angolano que já perdeu as três refeições (pequeno-almoço, almoço e jantar), tende a perder a vida.



O Decreto: Política habitacional de 0 à 10
Makuta Nkondo: 2.

O Decreto: Política de empregabilidade de 0 à 10
Makuta Nkondo: Zero



O Decreto: Um apelo a sociedade angolana.
Makuta Nkondo: Acompanhar de perto a actuação do governo de João Lourenço, para decidir nas próximas eleições autárquicas e gerais.



Perfil

Nome: Augusto Pedro Makuta Nkondo
Data de Nascimento: 05/4/48
Local de Nascimento: Yenga
Estado Civil: solteiro (casado costumeiramente e religiosamente católica)
Filhos: sete (7)
Profissão: jornalista
Formação: biólogo e sociólogo
Destino em Angola:

Lema de vida:
R. Defesa da verdade a todo o custo; de Angola e do Angolano vulnerável.

Hobbies:
Livro a ler – livros políticos, memórias dos líderes políticos.

Comida que prefere – Fufu (Funge de bombom) com carne, rato selvagem, Mfûmbua, Mbika (Muteta) ou Wangila (gergelim).

Música que gosta – folclore

O meu principal objectivo…
O Decreto: Onde estava 11 de Novembro de 1975?
Na aldeia Luangu, quartel operacional do ELNA (exército de libertação nacional de Angola-braço armado da FNLA), zonas anexas de Matadi, RDC.

Fonte: O Decreto

Postar um comentário

0 Comentários