Director do Candando acusado de proteger desvio de mercadoria e racismo contra angolanos

Trabalhadores dos armazéns, “Conticash”, pertencente à rede de supermercados “Candando”, situado no Lar do Patriota, município de Talatona, em Luanda, acusam o director da logística, Nuno Barbosa, de suposta discriminação racial contra trabalhadores angolanos, em defesa de portugueses que desviam produtos diversos. Barbosa atribui suspeitas aos nacionais que resulta em despedimentos, sem qualquer indemnização.

Nuno Barbosa, de nacionalidade portuguesa, é acusado também de injustiça pela carga horária de trabalho que tem início das 08 às 20 horas de segunda à sexta-feira, e das 8 às 18 horas aos sábados e domingo, sem pagamento de horas extras. Por outro lado, os denunciantes alegam que lhes são garantidos apenas 15 minutos para o almoço, sem mais tempo para descansar e recuperar energia física ou psicológica para o trabalho esforçado. O salário varia de 36 a 40 mil kwanzas.

De acordo com as fontes, só este ano foram despedidos injustamente mais de 20 funcionários por suspeitas de desvio de produtos diversos do armazéns, quando, na verdade, estavam bem identificados, portugueses como principais suspeitos do desfalque da logística.

“Trabalhamos como escravos. Os expatriados com cargos mais elevados que os angolanos roubam, mas o senhor Nuno culpa os angolanos para despedir antes do termo do contrato e sem indemnização. Nós pagamos pelos crimes dos portugueses”, denunciou uma fonte.

Segundo as vítimas, o actual director dos armazéns, Nuno Barbosa, contou sempre com apoio da ex-directora executiva da logística do “Candando”, também de nacionalidade portuguesa. Manuela Pardal defendia alguns dos seus conterrâneos que fizeram supostos desvios de mercadoria diversa, “capaz de levar o hipermercado Candando à falência, desde o tempo que os armazéns estavam na Zona Económica Especial (ZEE), no município de Viana. Nesta altura, muitos angolanos foram parar à prisão e despedidos, mesmo sem provas de roubo.

De acordo com um documento em posse do Club-K, os desfalques nos armazéns/logística do “Candando” reflectidos nos inventários da empresa constam grande toneladas de produtos diversos. Ao que se sabe, os desvios continuam e Nuno Barbosa é acusado de continuar a “sacrificar somente trabalhadores angolanos”.

“O chefe Nuno é extremamente mau com os trabalhadores. Maltrata-nos. Ele diz que podem ir se queixar aonde quiserem. Se saírem da empresa cinco angolanos, vamos empregar mais dez. Os angolanos andam a procura de trabalho todos os dias”, revelou outra fonte.

Segue-se a lista e o “modus operandi” de muitos expatriados com cargos de chefia que supostamente saqueiam o Candando;

Ana Oliveira – "adultera caixas de bacalhau para retirar de cada caixa um bacalhau, e orienta que se molhe com água o restante para equilibrar o peso na balança";

Rui Carvalho – "desviou grandes quantidade de garrafas de vinho. Simulava descuido ou acidente de trabalho para deixar cair paletas de produtos para depois ir à triagem, e ele ficava com o resto de produtos";

Luís Silva – "apanhado em flagrante com sete telemóveis escondidos por baixo de objectos de escritório dentro de uma caixa. Este alegava estar a levar para um dos armazéns, mesmo sem autorização";

Pedro Pinto – "desviou toneladas de produtos diversos como frescos como frango, peixe e outros, manteiga, queijo, carne seca etc".

As fontes do Club-K lamentam o facto de todos alegados desvios expostos no inventário da empresa serem imputados apenas aos trabalhadores angolanos, tendo resultado em prisões, despedimento e todo tipo de discriminação, enquanto os principais suspeitos, expatriados, foram apenas transferidos para outras áreas de trabalho, sem punição alguma.

O portal Club-k Angola tudo fez para constatar a veracidade das denúncias junto da “Direcção dos armazéns/logística” do Candando, na pessoa de Nuno Barbosa, mas sem resposta.

Fonte: Club-K


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Pedro Lauro Correia Muenho

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