Vice presidente do MPLA tem medo de ser envenenada pelos seu camaradas do MPLA, e optou por estar com provador em todas cerimônias do partido ou do governo

Luísa Pedro Francisco Damião, a nova vice-Presidente do MPLA, é citada como tendo adotado medidas de precaução quanto a sua segurança pessoal tendo em conta o cargo que ocupa no aparelho partidário. A constatação é apoiada no facto de ter passado a viajar com um provedor de alimentos.

Na sua recente, deslocação a província doo Cunene, em missão de serviço a dirigente fez-se acompanhar do seu provedor de comida. No momento das refeições, era o “provedor” a comer primeiro e só depois de alguns minutos é que ela servia e também comia.


A medida de precaução da Vice-Presidente do MPLA, é uma realidade antiga no regime, baseada em considerações segundo as quais ninguém confia em ninguém, a pesar de serem todos do mesmo partido. Há precisamente 10 anos, o Club-K, fez um levantamento de dados indicando que o palácio presidencial que deveria ser o local que lhes deveria transmitir mais confiança, aos dirigentes, era ao mesmo tempo o local que mais temiam ser alvo de uma eventual anomalia.


Nas cerimônias de fim de ano, muitos emitiam sinais de não à-vontade sobretudo na hora da refeição. João Lourenço ao tempo que foi SG do MPLA e estava convencido que seria o sucessor de JES, não comia em qualquer sitio. Quando ia aos convívios, levava um elemento da sua “escolta de segurança” nas festas para este testar a comida antes de ele comer.


Exemplos de casos sobre  “falta de confiança” entre membros do regime

- JES, ao tempo que era Presidente, também não confiava em ninguém do regime; quando fosse a casa de gente próxima levava a sua própria bebida/mantimento; no ano de 2008 esteve em casa da filha Isabel dos Santos para presenciar o aniversario de um dos netos e a comida encomendada (gelado para as crianças) passou antes por uma maquina para testar acides dos mesmos e outros procedimentos.



- Desidério Costa, ex-Ministro dos Petróleos, quando fosse a sua fazenda na funda não comia, apenas aceitava mantimentos vindos da casa de uma prima que mora naquela zona



- Bento Bento, ex-líder do MPLA em Luanda, também não comia em cerimônias partidárias ou semelhantes com receio de um eventual envenenamento, medida esta baseada no antecedente que o forçou a uns anos, a ser evacuado para o Rio de Janeiro.



- O antigo Primeiro Ministro, França Van-Dunem também não aceitava bebidas cuja garrafas não fossem abertas a sua frente. Quando ia algum sitio, optava por pedir vinho verde



- No seu tempo de Director da DNIC, o comissário Eduardo Cerqueira quando fosse a uma cerimônia ou actividade nunca aceitava ser o primeiro a servir-se, e nunca usava o primeiro prato que encontrasse, optava pelo terceiro prato agrupado no buffet



- O ex-Governador de Cabinda, Anibal Rocha também não tocava na comida sem antes os seus serviços de segurança particular darem o “oK”. Este serviço era muita das vezes coordenado por um parente seu que ocupava um importante cargo no Governo Provincial (ex-diretor do gabinete do plano e estudos estratégicos).



- Fernando Miala ao tempo DG do SIE, demitia ou suspendia o operativo que fosse apanhado a beber cerveja em roletes em Luanda;


- No então Gabinete do General “Kopelipa”, na Casa Militar, recusam integrar elementos que já trabalharam no "office" do ex-Chefe dos Serviços de Inteligência Militar (SIM), General José Maria

- Kundy Paihama, ao tempo em que era Ministro da Defesa, não confia nos seus colegas do governo. Certa vez deu uma crise no Lubango e foi evacuado para o hospital militar daquela localidade. Ao invés de informar ao governo provincial na pessoa do Governador, confiou a informação a um sobrinho seu, Virgilio Tyova, antigo responsável do SINFO, que estava colocado na província como administrador do Lubango.



- A antiga financeira da embaixada angolana na Alemanha, Rosa Bequenque, quando fosse a uma casa e ficasse a saber que o seu colega, Guido Castelbranco estivesse La, acabava por não ir e vice versa. Guido herdou o precedente do caso de um colega que fora alegadamente envenenado no Zaire, onde trabalhou, depois de insinuações desencontradas do cozinheiro que estava desentendido com o mesmo.

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1 Comentários

  1. Eu acredito piamente que exista essa cultura nas hostes políticas, nas empresas, nas organizações desportivas, incluindo nas igrejas, porque "o homem é o lobo do próprio homem" by Thomas Hobbes.

    Em referência às lutas de poder existentes em África,para além do envenenamento, o feitiço é outra ferramenta usada como via para a eliminação da concorrência e alcance do poder; e grande parte da suspeita sobre o uso de tais práticas na minha optica, recai sobre candidatos que reconhecem falta de capacidade profissional e mérito, para o cargo que ambicionam (insegurança).

    Aquilo que tem contribuído para a continuidade desse fenômeno que faz referência directa às lutas de poder, é o silêncio das testemunhas.

    Portanto, no dia em que aqueles que se preocupam e se dedicam com á saúde da justiça, se lembrarem de desenvolver e materializar projetos ou ferramentas que garantam o conforto e á segurança daqueles que denunciam, estou certo que á cultura das denúncias anónimas terá mais seguidores e resgatará o espírito humanista e patriótico que vive encubado na forma de medo em muitos; assim como muitos serão salvos de muitas armadilhas.

    Haja compensação e segurança para quem denuncia que muita verdade cairá como bônus.

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